O depoimento do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) não convenceu alguns integrantes do Conselho de Ética, sobretudo a explicação para o pagamento pelos serviços da empresa Datavale, que fez quatro pesquisas de opinião para o então presidente da Câmara no interior de São Paulo. João Paulo apresentou três notas em seqüência para justificar o uso dos R$ 50 mil sacados por sua esposa no Banco Rural. O deputado Orlando Fantazzini (PSOL-SP) questionou a explicação:
- Eu ainda não me convenci sobre a explicação do dinheiro. O dinheiro saiu supostamente do diretório nacional do PT, mas João Paulo não sabe se foi contabilizado ou não, e ele também não contabilizou, não deu justificativas formais ao diretório - disse.
Ao responder à deputada Ann Pontes (PMDB-GO), João Paulo reconheceu que errou ao não fazer o registro dos pagamentos à empresa. A primeira nota, no valor de R$ 30 mil, foi emitida em 10 de setembro de 2003 e tem a numeração 151. A segunda, de R$ 11 mil, foi emitida em 30 de setembro e tem número 152. A terceira, de R$ 10 mil, foi emitida em 19 de dezembro e tem número 153.
- Eu não me dei conta na ocasião dos problemas contábeis, da burocracia. Não levei ao diretório nacional, mas eu sou uma pessoa que gosta de corrigir os meus erros. O que faço para corrigir esse erro? - disse João Paulo.
Um episódio curioso da sessão foi a veemente defesa de João Paulo feita pelo deputado Mussa Demes (PFL-PI). Ele defendeu a gestão do petista e afirmou que as notas em seqüência não provam nada contra ele.
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