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PF cumpre mandado de busca e apreensão na Appa, no dia 23 | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
PF cumpre mandado de busca e apreensão na Appa, no dia 23| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Uma investigação paralela do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) sobre as denúncias de uso eleitoral de cargos comissionados no Porto de Paranaguá causou mal-estar entre a Polícia Civil do Paraná e o Ministério Público Estadual (MP). O MP começou a investigar o caso no último dia 23, com apoio da Polícia Federal. O Cope, vinculado à Secretaria Estadual da Segurança, teria instaurado inquérito para apurar as acusações na semana passada. O MP solicitou ontem que a polícia estadual se afaste da investigação – pedido que deve ser acatado.

A assessoria de imprensa do Cope negou a existência do inquérito policial para apurar as denúncias que envolvem a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), autarquia do governo paranaense. Informou que as investigações estão sendo realizadas pelo MP em Paranaguá. Mas fontes do Ministério Público disseram que receberam um comunicado da ação paralela da polícia e que enviaram um ofício ao Cope solicitando que o inquérito aberto fosse remetido ao MP em Paranaguá no prazo de 48 horas. O Cope atendeu à determinação, segundo o Ministério Público.

Nota do porto

No último dia 24, a Appa havia emitido nota à imprensa informando que "havia solicitado à Polícia Civil uma investigação" sobre as denúncias de uso eleitoral da estrutura do porto. A administração portuária, na nota, ainda informou entender que a denúncia atingia pessoas que não têm ou não tiveram relação com o porto.

A nota foi emitida um dia após o caso ter vindo a público, quando a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão de vídeos, documentos e computadores na sede da Appa. O cumprimento do mandato, por sua vez, ocorreu sete dias depois da demissão de Airton Maron do comando do porto. A exoneração foi determinada pelo governador Beto Richa (PSDB).

O governador nega que haja alguma relação entre as denúncias e a demissão. Mas o principal suspeito de se beneficiar do uso político de cargos comissionados é Alceu Maron Filho, primo do ex-superintendente e pré-candidato do PSDB à prefeitura de Paranaguá.

Alceu nega as acusações. Mas testemunhas, em depoimento ao MP e em entrevista à Gazeta do Povo, disseram que o pré-candidato negociava as indicações a funções comissionados na Appa em troca de apoio à sua campanha. Alceu não tem nem teve cargo no Porto de Paranaguá.

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