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Operação Hurricane

Investigado envolvimento de procurador em venda de sentença

Mais um caso de venda de sentença parece ter sido desvendado pela Polícia Federal na Operação Hurricane (Furacão, em inglês). Uma conversa telefônica confirmaria o envolvimento do procurador regional da República João Sérgio Leal na obtenção de vitória em um julgamento sobre a liberação de 900 máquinas caça-níqueis. O relator do caso, no Superior Tribunal de Justiça era o ministro Paulo Medina, que pediu afastamento nesta quarta-feira. Leal foi preso no dia 13 de abril e solto oito dias depois, junto com outros três desembargadores.

As escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal revelam que o procurador fez mais de 40 ligações para integrantes da máfia dos caça-níqueis. Em algumas das conversas gravadas, ele repassa informações do Ministério Público e dá orientações aos advogados da quadrilha sobre como conseguir decisões favoráveis na Justiça. De acordo com a Polícia Federal, ele cobrava por esses serviços.

Em uma das gravações, o procurador João Sérgio conversa com o advogado Alexis Lemos Costa – que, segundo a Polícia Federal, prestava serviços para a quadrilha. Eles discutem sobre como conseguir a liberação de 900 máquinas caça-níqueis apreendidas. Ele passava informações do Ministério Público para o ministro Paulo Medina, que julgaria a ação no STJ.

O grupo queria derrubar uma decisão do desembargador do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro, Sergio Feltrim, que negou a liberação dos caça-níqueis. Na conversa, o procurador chega a chamar o ministro Paulo Medina de primo.

- Então, é bom a gente juntar isso na reclamação para o relator, primo Medina, tomar ciência de que o próprio Ministério Público reconhece que a decisão do Sérgio Feltrin é absurda. Porque isso vai alimentar também o relator Medina a ver que o próprio Ministério Pùblico reconhece, como vai manter a decisão daquela da turma do Feltrin, entendeu? É importante isso - disse o procurador.

O advogado do procurador João Sergio Leal foi procurado várias vezes, mas não retornou às ligações da TV Globo. Já o advogado Alexis Costa, com quem o procurador conversa na gravação, foi localizado, mas não aceitou conversar com a equipe de reportagem.Reunião extraordinária sobre Medina

Ao receber o pedido de afastamento do ministro Paulo Medina, o presidente do Superior Tribunal de Justiça convocou uma reunião extraordinária para esta quinta-feira. Os ministros vão decidir se afastam o colega. Acusado de participar de um esquema de venda de sentenças judiciais, o ministro Paulo Medida vai ser investigado pelo tribunal.

- Ele quer ser investigado, ele quer provar junto ao tribunal que não fez nada irregular e pede que, com essa abertura, que ele seja afastado para não constranger o tribunal - disse o advogado de Paulo Medina, Antônio Carlos de Almeida Castro.

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