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Deputado federal Fausto Pinato troco o PRB pelo PP. | Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Deputado federal Fausto Pinato troco o PRB pelo PP.| Foto: Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados

Partido com o maior número de parlamentares investigados na Operação Lava Jato, o PP foi um dos partidos que mais ganhou com a chamada “janela da infidelidade”, que foi fechada no último domingo.

O partido atraiu dez novos deputados, e chegou a 48 representantes na Câmara Federal – empatando com o PSDB como terceira maior bancada. Quem mais cresceu, entretanto, foi o ex-nanico PTN, que saltou de quatro para 13 representantes desde as eleições de 2014.

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Além deles, o DEM, que vinha perdendo espaço na Câmara há dez anos, mostrou sinais de recuperação do seu prestígio, atraindo seis novos parlamentares para sua bancada. O partido, que quando se chamava PFL chegou a ter a maior bancada do país, foi um dos que mais sofreu com a criação de novos partidos, especialmente o PSD, e elegeu somente 21 parlamentares em 2014 – agora, tem 27. O PR também cresceu: de 34 para 40.

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No outro extremo, o PT perdeu cinco deputados desde o início desta legislatura – assim como PTB. Também pesos pesados na Câmara, PMDB e PSDB perderam três parlamentares cada. Quem mais perdeu, porém, foi o PROS: 6 deputados.

PP

Grande vencedor da janela entre os grandes partidos, o PP atraiu dez novos deputados com a janela – de nove partidos diferentes. Por outro lado, o partido perdeu Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Missionário José Olímpio (DEM-SP). O partido é um dos mais antigos do país, herdeiro direto da antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena) – junto com o DEM.

A popularidade do partido é um fenômeno curioso: 34 parlamentares da legenda estão sendo investigados pela Operação Lava Jato – um recorde nesse quesito. Outros partidos com envolvimento significativo na Operação, PT e PMDB diminuíram.

Já o PTN atraiu dez novos nomes de oito partidos diferentes. Historicamente, era o partido do ex-presidente Jânio Quadros. Entretanto, após sua refundação em 1997, se tornou uma legenda de pouca expressão. Curiosamente, apesar de ter atraído novos nomes, metade dos quatro deputados eleitos saiu do partido – a paranaense Cristiane Yared (PR-PR) e Delegado Edson Moreira (PR-MG).

Janela

A janela para a troca de partidos foi iniciada a partir da PEC 113, aprovada em dezembro do ano passado. O texto da PEC criava uma espécie de “anistia” para deputados e vereadores que quisessem trocar de partidos, com duração de 30 dias. Nesse período, 74 deputados federais mudaram de partido – 14,2% do total.

Considerando os deputados que mudaram de partido antes, o total de deputados “infiéis” da legislatura chegou a 93 em apenas um ano e três meses – em toda a legislatura anterior, a segunda mais infiel desde de a redemocratização, o número de deputados que trocaram de legenda foi de 90. O “recorde” de infidelidade ocorreu na legislatura de 1990 a 1994: 104.

Partido da Mulher Brasileira

Em setembro do ano passado, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) causou rebuliço na cena política brasileira. Poucas semanas após ser fundado, a legenda contava com 21 deputados. O que chamou a atenção não foi, entretanto, o crescimento relâmpago, e sim o fato de que, apesar do nome, 19 dos deputados do partido eram homens.

O fenômeno durou pouco: menos de seis meses depois, a legenda conta com um único representante – Weliton Prado (PMB-MG). Fenômeno parecido ocorreu com o PROS, hoje com quatro deputados. No fim, o efeito mais concreto do PMB na política brasileira foi reduzir a zero cinco bancadas de partidos nanicos.

Os deputados que migraram para o PMB quando o partido foi fundado queriam “driblar” a regra da fidelidade partidária. Com a abertura da “janela de transferências”, eles aproveitaram para procurar um partido mais próximo de sua plataforma política. Dois parlamentares paranaenses usaram desse expediente: os ex-petistas Toninho Wandscheer (PROS) e Assis do Couto (PDT).

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