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A coordenadora da Escola Sul-Americana de Cinema, a atriz Íttala Nandi, embora não queira comentar sobre o contrato que mantém com o governo do Paraná, considera que está fazendo um bem pelo cinema paranaense. Ao mesmo tempo, revela um modo muito peculiar de compreender o Paraná e seus habitantes.

"Estou fazendo coisas fantásticas que o Paraná não tem por puro altruísmo. Não ganho para isso", afirmou Íttala. Segundo ela, até mesmo a fixação de residência em Curitiba seria uma prova desse altruísmo. "Sou gaúcha e vivo no Rio de Janeiro. Faz uns 50 anos que estou no Rio. Agora, tenho residência em Curitiba." E complementou: "(Para) ficar morando em Curitiba, quando se tem casa no Rio, é preciso ter muito amor ao que se está fazendo".

Para Ítalla, uma de suas funções na Escola de Cinema também é abrir a mente dos jovens paranaenses. "Há uma confusão dentro do Paraná. As pessoas vivem aterrorizadas. Eu jamais vi um estado coberto de maior terror do que o Paraná. Os meus alunos, a maioria deles, têm depressão. E depressão é fascismo. O resultado do fascismo é depressão. Portanto, há repressão nesse estado, de todas as partes."

Ainda de acordo com a atriz, o Paraná é um estado "extremamente reprimido", onde as pessoas têm medo de se expressar. "Eu me expresso com muita liberdade e isso deixa as pessoas assustadas. Sou gaúcha, vivi a ditadura, sou corajosa e só uma mulher corajosa larga o que tem para ir fazer o que eu estou fazendo. Essa repressão não é de agora. Todos os meus alunos têm mais de 21 anos. Isso vem de berço. É de muito longe."

Para ela, uma forma de reduzir a repressão paranaense é misturar a população local com gente de outros estados – o que ela vem fazendo na escola, por meio de intercâmbio de alunos. "É bom para misturar um pouco. Equilibrar e fazer abrir a mente desses meninos do Paraná, que são extremamente apavorados. Sou gaúcha, nasci em colônia italiana e sei muito bem o que é fascismo. E, convenhamos, o Paraná é colonizado pelos segmentos sociais do mundo mais repressores, que são os poloneses, alemães, italianos e cracovianos."

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