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Presidente será eleito na terça

A escolha do novo presidente do Conselho Administrativo da Sanepar deve ocorrer na próxima terça-feira, às 14 horas. A mudança é necessária após o pedido de demissão feito por oito conselheiros, quatro deles titulares e os outros, suplentes. Os demissionários, encabeçados pelo ex-presidente Sérgio Botto de Lacerda, são membros da Procuradoria-Geral do Estado.

O conselheiro Pedro Henrique Xavier explica que a votação abrangerá apenas seis conselheiros, devido às saídas dos procuradores. Ao todo, o órgão é composto por nove conselheiros titulares, com nove suplentes. "Restam três cargos entre os titulares, que serão recompostos dentro das regras do nosso estatuto", afirma. Por essas regras, essa escolha deve ser realizada por uma assembléia-geral com todos os acionistas da empresa. "Esperamos que isso ocorra até o dia 30 de abril."

A recomposição do Conselho Administrativo é importante porque o órgão controla quase todas as ações da Sanepar. Qualquer obrigação financeira superior a R$ 100 mil, por exemplo, tem de passar pela aprovação dos conselheiros.

O presidente da Sanepar, Stênio Jacob, foi à Assembléia Legislativa ontem pela manhã para explicar aos deputados estaduais governistas os detalhes do contrato com a Pavibrás, empresa responsável por obras de saneamento no litoral paranaense desde 2002. O encontro ocorreu a pedido do líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) e reuniu, além dos parlamentares peemedebistas, membros do PT, PSDB, PV, PMN e PPS. A oposição ficou de fora da conversa e protestou.

Jacob contou que não há irregularidades nos procedimentos. Também afirmou que o contrato não tem ligação com a saída do governo do procurador-geral Sérgio Botto de Lacerda, ex-presidente do Conselho de Administração da Sanepar. Pela explicação de Jacob, a Pavibrás foi contratada por R$ 69 milhões há cinco anos para promover obras em Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes e Pontal do Paraná. Por valores atualizados, o custo seria de R$ 133 milhões, mais R$ 41 milhões pagos como reequilíbrio contratual.

O trabalho deveria ficar pronto em 630 dias, a partir de maio de 2002. Segundo Jacob, os atrasos ocorreram por dificuldades judiciais na desapropriação de áreas que seriam usadas para o serviço, além da demora para conseguir as licenças ambientais necessárias. Esses fatores teriam provocado os aumentos dos gastos em relação ao valor inicial.

Os argumentos surtiram efeito entre os deputados aliados ao governador Roberto Requião (PMDB). "Saí convencido de que não há nada errado", afirmou Reinhold Stephanes Júnior (PMDB). Para Romanelli, a "conversa franca" serviu para esclarecer qualquer dúvida. "Todos os atos da gestão foram fundamentados pela área técnica da Sanepar. A obra passou pela discussão do Conselho Diretor da Sanepar e pelo Conselho de Administração", disse.

Por outro lado, a reunião voltada apenas aos governistas irritou parlamentares de oposição. "Não fui convidado. E se o governo quer prestar esclarecimentos não precisa se esconder entre quatro paredes", afirmou Valdir Rossoni (PSDB). A sugestão do tucano era que Jacob fosse à tribuna da Assembléia para falar sobre o assunto abertamente. "É uma cortina de fumaça: querem convencer os aliados de que está tudo certo para não deixar a oposição questionar o contato."

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