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Os restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango, serão transportados de São Borja, no oeste do Rio Grande do Sul, a Brasília e de volta à cidade gaúcha com honras de chefe de Estado, quando forem submetidos à perícia que poderá indicar a causa da morte, revelou nesta segunda-feira, 2, em Porto Alegre, a chefe da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, Maria do Rosário.

"Decidida sua exumação, nós queremos preparar um procedimento em que ele vá com honras a Brasília, como presidente, e volte a São Borja com honras também", afirmou, depois de uma reunião com líderes estaduais do PDT. Deposto em 1964, Jango morreu no exílio, em 6 de dezembro de 1976, em Mercedes, na Argentina. O enterro no jazigo da família, em São Borja, teve grande presença popular, mas não contou com honrarias oficiais.

Maria do Rosário afirmou que ele "terá o tratamento que não recebeu quando foi deposto e no momento de seu sepultamento; temos o compromisso de tratá-lo devidamente como presidente eleito pelo povo brasileiro". O ritual das honrarias será definido pelo cerimonial do governo. A exumação dos restos mortais de Jango foi decidida em 2013 pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que quer apurar se a morte decorreu de enfarte, como na versão oficial, ou de envenenamento, como suspeitam alguns admiradores do ex-presidente. A data de abertura do túmulo poderá ser definida em reunião de representantes da CNV e da SDH com peritos da Polícia Federal (PF) e convidados, marcada para o dia 17, na capital federal. Os restos mortais serão levados para análise em laboratórios da PF na capital.

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