Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Lava Jato

Janot dá parecer favorável à prisão de Renato Duque

Procurador-geral da República avalia que existe a possibilidade de o ex-diretor da Petrobras fugir do país. Duque foi preso em 14 de novembro do ano passado, na sétima etapa da Lava Jato

Renato Duque durante sua prisão, no dia 14 de novembro | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Renato Duque durante sua prisão, no dia 14 de novembro (Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer favorável à prisão preventiva do ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato de Souza Duque, apontado como operador do PT no esquema de propinas na estatal investigado na Operação Lava Jato.

O parecer foi encaminhado no habeas corpus ajuizado por Duque que tramita no STF. O ex-diretor foi preso em 14 de novembro do ano passado, na sétima etapa da Lava Jato, e solto em dezembro, após decisão liminar do ministro Teori Zavascki. A Corte agora analisa o mérito do habeas corpus.

Para Janot, há dados suficientes para a prisão, sendo insuficientes medidas como proibição de deixar o país e obrigação de entregar o passaporte. No parecer, o procurador-geral da República afirma que o ex-diretor da Petrobras "possui inúmeras possibilidades de se evadir por inúmeros meios e sem mínimo controle seguro, especialmente se consideradas as continentais e incontroladas fronteiras brasileiras".

Duque foi apontado pelos delatores Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como responsável pelo PT do esquema de arrecadação de propina via Diretoria de Serviços na Petrobrás. Por meio dela, o partido ficaria com 2% de todos grandes contratos da estatal. Sua indicação teria sido feita pelo ex-ministro José Dirceu.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, converteu a prisão temporária de Duque em preventiva no fim do ano passado. Na decisão, ele se baseou nos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Para o magistrado, "sem a preventiva, corre-se o risco do investigado tornar-se foragido e ainda fruir de fortuna criminosa, retirada dos cofres públicos e mantida no exterior, fora do alcance das autoridades públicas".

A defesa do ex-diretor recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que mantiveram a prisão. No recurso ao STF, o ministro Teori Zavascki deferiu parcialmente a liminar no habeas corpus para revogar a prisão preventiva, substituindo-a por medidas mais brandas: proibição de deixar o País, proibição de mudar de endereço sem autorização, obrigação de entregar o passaporte no prazo de cinco dias e obrigação de comparecer a todos os atos do processo.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.