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Eduardo Cunha será julgado na quarta-feira (2) por suposta participação em esquema de corrupção na Petrobras. | Marcelo Camargo/ Agência Brasil/Fotos Públicas
Eduardo Cunha será julgado na quarta-feira (2) por suposta participação em esquema de corrupção na Petrobras.| Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil/Fotos Públicas

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedido de abertura de um terceiro inquérito para investigar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção da Petrobras.

A nova linha de investigação leva em conta a delação premiada de empresários da Carioca Engenharia, que acusam o peemedebista de ter recebido propina em contas no exterior.

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Os desvios estariam ligados à liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, no Rio, do qual a Carioca Engenharia obteve a concessão em consórcio com as construtoras Odebrecht e OAS. A acusação foi feita pelos empresário Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior em colaboração premiada.

Essa liberação ocorreria por influência do aliado de Cunha Fábio Cleto, que ocupou uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal e também o conselho do fundo de investimento do FGTS.

Apesar da conexão entre outros casos envolvendo Cunha na Lava Jato, o novo inquérito foi pedido ao STF porque o esquema sobre o fundo de investimento do FGTS é considerado um fato novo.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, terá que autorizar a nova investigação.

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Em dezembro, a revista “Época” revelou que os delatores da Carioca Engenharia citaram três contas bancárias no exterior informadas por Cunha para receber propina. A Folha de S.Paulo mostrou, em janeiro, que a tabela de transferências no exterior entregue pelos delatores inclui mais duas contas bancárias e que, segundo depoimento deles, a última dessas contas teria sido repassada por Cunha em uma visita dele ao escritório da empresa em São Paulo.

As transferências informadas à PGR totalizam US$ 3,9 milhões entre 2011 e 2014, saindo de contas na Suíça dos delatores para cinco contas no exterior que eles afirmam terem sido indicadas pelo próprio Cunha.

Segundo a Folha apurou, procuradores encontraram o elo entre o esquema para liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, no Rio, e os recursos que seriam desviados de contrato da Petrobras para um campo de exploração em Benin, na África, e que teriam Cunha como beneficiário.

A ligação entre as movimentações financeiras atribuídas ao peemedebista no exterior seria Esteban Gárcia no Merrill Lynch, no Estados Unidos.

Outro inquérito já em andamento no Supremo investiga se contas secretar por Cunha e familiares na Suíça foram abastecidas com recursos desviados de contratos da Petrobras na África. O Supremo determinou o bloqueio e o sequestro de R$ 9,6 milhões que foram encontrados nessas contas.

O deputado já foi denunciado por Janot ao Supremo por suspeita de ter recebido US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da estatal. O julgamento da acusação neste caso está marcada para quarta, mas a defesa de Cunha tenta adiar.

A defesa do ex-presidente disse que ainda não tomou conhecimento do novo pedido da PGR para se manifestar. Cunha nega ligação com o esquema de corrupção da Petrobras.

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