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O ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner, afirmou nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pegou empréstimo com o PT. O ministro disse também que Lula era presidente de honra do PT antes das eleições de 2002 e fez viagens pela caravana da cidadania e a obrigação do partido era pagar suas despesas.

- O que eu tenho a dizer é o que eu ouvi do presidente Lula que ele não tomou empréstimo, não reconhece empréstimo e não pagou empréstimo - disse

De acordo com o ministro, Lula afirmou que, se alguém do partido por uma ou outra regra resolveu lançar despesas de viagens como empréstimo, isso seria um problema da contabilidade do PT.

- Já ouvi da sua própria boca (do presidente Lula): não vou inventar história, não tomei dinheiro emprestado, não reconheço dívida com o PT e não paguei ou mandei pagar nenhum empréstimo. Isso foi alguém que fez o erro inicial e estava corrigindo. Ali é uma questão de contabilidade do PT. O presidente de honra não vive a vida interna da burocracia e nem da tesouraria do PT- destacou Wagner.

Na terça-feira, a CPI dos Correios recebeu do Banco do Brasil a confirmação de que foram feitos quatro depósitos no valor total de R$ 29.436,26 em nome de Lula na conta número 13.000-1, do Partido dos Trabalhadores, que recebe recursos do Fundo Partidário. Os depósitos seriam para o pagamento de dois empréstimos do PT concedido a Lula antes de sua chegada à Presidência da República. Os empréstimos concedidos a Lula com recursos do Fundo Partidário estão registrados na prestação de contas do PT de 2003.

O BB informou que os depósitos atribuídos a Lula foram feitos em 30 de dezembro de 2003, no valor de R$ 12 mil; em 29 de janeiro de 2004, no valor de R$ 6 mil; em 30 de janeiro de 2004, de mais R$ 6 mil; e em 30 de março de 2004, no valor de R$ 5.436,26. O pagamento dos empréstimos, portanto, teria sido feito quando Lula já estava na Presidência.

As informações enviadas pelo BB deixaram insatisfeitos os integrantes da CPI pois não foram encaminhados os comprovantes dos depósitos, apenas uma listagem com os registros das datas, os valores e os nomes dos depositantes da conta 13.000-1, no qual aparece o presidente Lula. A CPI decidiu então encaminhar um novo requerimento ao banco pedindo a fita-detalhe do caixa e os comprovantes de depósitos.

O PT, através de uma nota assinada pelo tesoureiro José Pimentel e pelo secretário-geral Ricardo Berzoini, informou que os pagamentos se referem a uma dívida que Lula teria deixado pendente em dezembro de 2002, quando rescindiu o contrato de funcionário e dirigente partidário do PT. A dívida de R$ 29 mil seria referente a "despesas de viagem de Lula, uma passagem de Marisa Letícia e adiantamento ao funcionário", segundo a nota.

O PT afirma que o então procurador de Lula, Paulo Okamoto, atual presidente do Sebrae, não teria reconhecido a dívida no momento da rescisão do contrato. Em dezembro de 2003, entretanto, Okamoto teria procurado o PT propondo quitar a dívida em quatro parcelas, o que foi feito.

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