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João Lyra diz que não tem documentos para provar sociedade

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O empresário João Lyra deverá responder nesta terça-feira se aceita ou não o convite formulado pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), para depor. Na semana passada, Tuma iniciou uma investigação para apurar a denúncia publicada pela revista "Veja" de que Renan Calheiros e Lyra seriam sócios ocultos da JR Rádio Difusora de Alagoas. Embora o presidente do Senado tenha negado, Lyra confirmou a informação no último fim de semana em entrevista à mesma revista.

Na tentativa de apressar o contato com Lyra, Tuma solicitou ao superintendente da Polícia Federal em Alagoas que transmitisse o convite ao empresário. Se aceitar, ele poderá marcar o dia e a hora do depoimento. O corregedor também está aguardando o parecer jurídico das concessões dadas à JR Rádio Difusora pelo Ministério das Comunicações. Pelo menos três delas foram aprovadas este ano, por unanimidade, pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado. Tuma admite, porém, que suspenderá as investigações caso o Conselho de Ética do Senado abra novo processo contra Renan para investigar essas denúncias.

Lyra está disposto a comparecer ao Senado, segundo interlocutores, mas quer evitar troca de acusações com Renan para não reforçar os argumentos do adversário de que se trata apenas de uma briga regional. "Renan vai querer usar uma cortina de fumaça, puxar a briga para Alagoas e tirar o foco do Senado", disse uma fonte próxima a João Lyra.

Renato Casagrande também acha que o comparecimento de Lyra é inevitável. "Acredito que João Lyra será convocado de qualquer maneira e isso complica a situação de Renan Calheiros, mesmo levando em conta que há interesses locais, do estado".

Casagrande lembrou que o Conselho de Ética sequer recebeu oficialmente a nova representação contra Renan, que trata dessa questão das emissoras de rádio e o do uso de laranjas. Há ainda a representação que trata de empresa da família vendida à Schinchariol.

Na entrevista à revista "Veja" deste fim de semana, João Lyra disse que Renan não quis aparecer e que, por isso, pediu que o negócio fosse colocado em nome de laranjas. Segundo a assessoria de Tuma, ele espera que João Lyra aceite comparecer no Senado, se possível ainda esta semana, para confirmar ou não as declarações sobre Renan, hoje seu adversário político.

Renan negou que tenha sociedade com João Lyra. Em entrevista à "TV Gazeta", ele disse que as afirmações do usineiro são falsas e que a reportagem demonstra uma "campanha eleitoral sem provas" contra ele.

O senador disse ainda, que, "na hora certa", vai responder às acusações e que tem rebatido "todas as mentiras" com documentos.

Durante a semana, Renan também negou ter aprovado diretamente novas outorgas à rádio JR Difusora, de sua família. Ele afirmou que as concessões eram analisadas pelas comissões técnicas do Senado.

Renan já responde a um processo no Conselho de Ética. Ele é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da Mendes Júnior, e de apresentar documentos falsos para comprovar seus rendimentos. O relator Renato Casagrande (PSB-ES) esperar votar o caso em até 20 dias .

Pessoas próximas a João Lyra estão seguras de que não há nada contra o empresário alagoano em relação à sociedade secreta dele com Renan e ao uso de laranjas. Essas fontes disseram que Lyra jamais ocultou seu nome à frente das empresas e asseguraram que ele tem lastro de sobra para a compra das empresas de comunicação. Lyra tem R$ 250 milhões de Imposto de Renda declarados, disseram.

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