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“Há muitos detalhes, é uma coisa complexa de se examinar, e vamos fazer de forma adequada.” Nelson Jobim, ministro da Defesa | Antônio Cruz/ABr
“Há muitos detalhes, é uma coisa complexa de se examinar, e vamos fazer de forma adequada.” Nelson Jobim, ministro da Defesa| Foto: Antônio Cruz/ABr

Rio de Janeiro - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, reconheceu que há pressão dos governos dos Estados Unidos, da França e da Suécia na disputa pela venda de 36 caças à Força Aérea Brasileira (FAB), uma transação comercial de R$ 12 bilhões. O ministro disse que espera concluir "este ano ainda" a escolha entre a norte-americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Saab. As propostas estão em poder da FAB para análise técnica. A avaliação seguinte será do Alto Comando da Aeronáutica e do Ministério da Defesa.

"Estão todos (os governos) empenhados", disse Jobim. Questionado de onde partiam as pressões, o ministro afirmou: "dos três. Do presidente (Nicolas) Sarkozy, do presidente (Barack) Obama e da administração sueca. É um interesse de Estado, é normal. Também nós temos interesse de privilegiar os negócios das nossas empresas nacionais". Depois, o ministro respondeu a uma pergunta sobre a decisão política e não técnica. "Isto nós vamos examinar", declarou.

O ministro citou os quatro pontos que serão levados em conta para a escolha da proposta vencedora: o aspecto operacional, a transferência de tecnologia, as compensações industriais e o preço. Entre as compensações industriais, está, segundo Jobim, a geração de empregos no Brasil. Cada um dos critérios terá um peso na decisão final. "Vai depender da análise do conjunto. Tenho elencado quais são os elementos, vamos ver as diferenças. Na capacitação industrial, uma coisa é construir no Brasil o pneu, que o Brasil já constrói. Outra coisa é construir o radar. Não é uma coisa fácil. É complexo de examinar", afirmou.

Na edição da última segunda-feira, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que o presidente norte-americano, Barack Obama, elevou a pressão em favor da proposta da Boeing, que disputa com o modelo F-18. A subsecretária de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional dos Estados Unidos, Ellen Tauscher, disse que Obama está pessoalmente empenhado na vitória da Boeing, o que "aproximaria" os governos norte-americano e brasileiro. Já a Saab, fabricante dos caças modelo Gripen, afirmou ao jornal ter certeza de que será a escolhida pelo Comando da Aeronáutica. A Dassault concorre com o modelo Rafale.

Em setembro, durante visita de Nicolas Sarkozy ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as negociações com a empresa francesa estavam avançadas. As concorrentes reagiram e o governo brasileiro respondeu que todas as propostas continuam em análise.

Submarinos

Jobim encontrou-se no Rio com o ministro da Defesa francês, Hervé Morin. Eles sobrevoaram de helicóptero a área onde será construído o casco do primeiro submarino nuclear do país. O governo brasileiro vai comprar cinco submarinos da estatal francesa DCNS, no valor de 3,66 bilhões de euros (R$ 9,3 bilhões).

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