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A Estratégia Nacional de Defesa deve consumir até 0,7 por cento do Produto Interno Bruto do país, disse o ministro da Defesa, Nelson Jobim, nesta quinta-feira, acrescentando que entregará a proposta orçamentária para o plano em até 60 dias.

"Estamos concluindo o cronograma físico financeiro de todo o plano nacional. Não queremos atrelar ao PIB, mas o volume será de, no máximo, 0,7 por cento do PIB", disse o ministro a jornalistas no Rio de Janeiro, onde fez uma apresentação do plano para a Associação de Diplomados pela Escola Superior de Guerra (Adesg).

O PIB brasileiro fechou o ano passado em 2,9 trilhões de reais, o que colocaria o valor do plano de defesa na casa dos 20,3 bilhões de reais.

O plano, a ser realizado num período de 20 anos, foi anunciado no fim do ano passado e prevê a compra de equipamentos, modernização das forças, criação de novas brigadas, pelotões e quartéis.

"Vão dizer que isso é arrogância, mas é um plano arrogante. Temos que olhar para a frente e parar com esse complexo de vira-lata", defendeu.

Questionado sobre o processo para a compra de 36 caças de multiemprego para a Força Aérea Brasileira (FAB), Jobim sinalizou pela primeira vez cautela com a oferta francesa para vender ao país caças Rafale, fabricados pela Dassult.

O Rafale é apontado como favorito na disputa com o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab. Tanto Jobim quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já expressaram preferência pelo caça francês, e o Brasil já tem parcerias estratégicas com a França na área militar.

"Temos uma afirmação do presidente (da França Nicolas) Sarkozy de que a transferência de tecnologia será irrestrita. Quero ver o que isso significa na proposta", disse o ministro.

"A empresa (Dassault) é privada e não é estatal. A França tem ações preferenciais sem direito a voto. Portanto, tem que saber se a Dassault, nas propostas, está trazendo isso", acrescentou.

As três concorrentes entregaram melhorias em suas propostas à FAB na semana passada e, de acordo com o ministro, o anúncio do vencedor da disputa deve sair até o fim do ano. "Onde houver restrições na transferência de tecnologia está descartada. Queremos saber qual dos três fará a transferência sem nenhum segredo o Brasil", disse.

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