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O ministro da Defesa, Nelson Jobim, descartou que exista uma crise por conta da sua permanência na pasta e fez uma série de elogios à presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro afirmou na semana passada ter votado no candidato José Serra (PSDB) nas eleições de 2010. A declaração, avaliada como 'desnecessária' por integrantes do governo federal, causou desconforto no Palácio do Planalto e levou Dilma a questionar a permanência do ministro no cargo.

"Eu não sou dissimulado. Sempre disse o que pensava e o que fazia", afirmou Jobim, durante entrevista na tarde de hoje ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que vai ao ar na noite desta segunda-feira. O ministro lembrou que, em 2010, foi convidado a gravar inserções para a campanha eleitoral da então candidata do PT. Na época, ele disse ter descartado o convite. "Todo mundo sabia das minhas relações com José Serra", disse, lembrando ser amigo do tucano.

Jobim negou que tenha a intenção de deixar o ministério e acrescentou que sua relação com a presidente é "ótima". "A presidente é extraordinária e minha relação com ela é ótima, não tem problemas. Ela tem uma visão de futuro", disse. Jobim salientou ainda que está no governo federal porque lhe dá prazer e considerou que não vê problema em ter declarado seu voto. "O meu papel no governo federal é institucional", afirmou.

O ministro ressaltou também que tem o desejo de continuar realizando o trabalho que atualmente desempenha e negou que esteja se sentindo desprestigiado pela presidente. "A política e a emoção são coisas que não coincidem", justificou. A declaração de voto do ministro, segundo petistas, desagradou a presidente que inclusive já estaria avaliando nomes para substituir Jobim. O primeiro sinal público de que a posição do ministro estaria ameaçada foi dado na última sexta-feira, 29, quando, em evento no Planalto, ela não citou o nome de Jobim em discurso e o cumprimentou de forma protocolar.

A relação entre Jobim e Dilma passa por turbulências desde junho após ele ter declarado, em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Senado, que é preciso ter tolerância com os idiotas. Em reunião com a presidente, ele negou que fosse uma referência a integrantes do atual governo, mas sim a jornalistas.

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