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Deputados assinam manifesto pró-Jocelito

Deputados de vários partidos saíram ontem em defesa do deputado estadual Jocelito Canto (PTB) durante a sessão da Assembléia Legislativa e decidiram assinar uma moção de apoio ao parlamentar, que corre o risco de perder o mandato. A proposta de um manifesto "contra a injustiça" cometida pelo Poder Judiciário partiu de um adversário de Jocelito Canto em Ponta Grossa, o deputado estadual e também ex-prefeito do município, Péricles de Mello (PT).

Canto fez um desabafo na tribuna da Assembléia contra o que considera um procedimento arbitrário da justiça. "Vou para a história como o primeiro deputado cassado pelo STF que não foi acusado de corrupção", disse. "Não causei um centavo de prejuízo à prefeitura ou ao estado. Estou sendo punido só porque o Anibal Khury colocou um policial militar à disposição da prefeitura de Ponta Grossa quando eu era prefeito".

O deputado disse que se não puder ser novamente candidato a prefeito em 2008 por imposição da justiça, a filha será. Pai de quatro filhos, Jocelito pretende lançar a mais velha, Mabel, 23 anos, para disputar a prefeitura.

Além de Péricles, manifestaram solidariedade ao deputado os deputados Valdir Rossoni (PSDB), Ney Leprevost (PP), Felipe Lucas (PPS), Waldyr Pugliesi (PMDB) e Marcelo Rangel (PPS), que também é de Ponta Grossa.

O deputado estadual Jocelito Canto (PTB) sofreu uma nova derrota judicial e tem apenas mais duas chances de não perder seus direitos políticos. Na última terça-feira, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou recurso na ação penal de improbidade administrativa que acusa o parlamentar de ter usado irregularmente os serviços de um policial militar quando era prefeito de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Ele pode recorrer da decisão. Outra alternativa de se manter na vida política está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que analisa, em fase final, o pedido de anulação da ação de improbidade administrativa.

O STF rejeitou o recurso por falta de peças processuais para análise. Após publicação em Diário Oficial, o deputado tem cinco dias para recorrer. Se o recurso for novamente negado, Canto perde os direitos políticos por cinco anos e tem o mandato cassado. O advogado dele, Antônio Carlos de Andrade Vianna, adiantou que fará o pedido dentro do prazo legal. Ele julga que a decisão do STF foi mais um passo no processo, nesse caso, em desfavor do deputado, mas que não representa derrota para o parlamentar. "Não há nenhuma decisão e, portanto, o deputado continua exercendo seu mandato normalmente", diz.

Na próxima semana, Vianna irá a Brasília para acompanhar o trâmite do pedido de anulação da ação no STJ. "O recurso está na Procuradoria da República e vou a Brasília para agilizar o andamento", diz.

Canto foi condenado em 2005 pelo Tribunal de Justiça do Paraná por ter usado os serviços do policial militar, Tadeu Fornazari, como segurança particular enquanto foi prefeito de Ponta Grossa, entre os anos de 1997 a 2000. A ação foi movida pelo Ministério Público (MP).

Ontem, Canto lamentou a decisão do STF. "Lamento porque não trouxe prejuízo nenhum ao erário público", disse. Sobre o emprego do policial, o deputado afirmou que ele estava à disposição da prefeitura, mas que se tornou um amigo. "Ele jogava bola nos fins de semana comigo, fora do expediente", disse.

O deputado teme que, mesmo que o recurso seja acatado pelo STF, outras ações possam comprometer sua vida política. Ele se referiu à ação penal que tramita no STJ, também de autoria do MP, que acusa o ex-prefeito de autopublicidade ao repassar R$ 100 mil à Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa que teve prejuízos de R$ 400 mil após a explosão de uma caldeira, em abril de 1999. "Só Deus sabe o que vai acontecer, eu acho que não fiz nada de errado", diz. Canto voltou a afirmar que, se for afastado da vida política, vai escrever um livro sobre os bastidores do poder e exercer plenamente a profissão de radialista.

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