O vice-presidente da República, José Alencar, de 79 anos, apresentou piora da função renal e teve de se submeter, ontem, a uma sessão de hemodiálise. Ele passou pelo procedimento sem maiores problemas e mostra quadro estável, segundo boletim médico divulgado ontem.
Alencar continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Sírio-Libânes, em São Paulo. No sábado, ele foi operado para desobstruir o intestino. Na cirurgia, que durou cinco horas, a equipe médica extraiu dois nódulos e 20 centímetros de seu intestino delgado. Os médicos não tentaram remover todos os tumores para não prolongar demais a cirurgia, e se concentraram em corrigir o problema mais grave, que vinha causando hemorragia no vice-presidente.
Alencar chegou a sofrer uma arritmia cardíaca no final da operação, que foi controlada. Na segunda-feira, o hospital divulgou boletim médico dizendo que o vice está "evoluindo bem e começou a receber dieta oral". A previsão inicial era de que a internação durasse 10 dias.
O vice-presidente luta contra cânceres na região do abdome há 15 anos. Há quatro anos ele trava uma batalha contra um sarcoma no intestino. No total, José Alencar já enfrentou 16 cirurgias para retiradas de tumores malignos.
"Existem vários tumores na região. Esse [sarcoma] é um tipo de tumor que não nos permite tirar tudo. Não ficamos procurando [mais nódulos] para não prolongar a cirurgia. O procedimento foi feito para tratar os sintomas agudos da obstrução e o sangramento no intestino", explicou Raul Cutait, um dos líderes da equipe médica que tata de Alencar, depois da última cirurgia.
Antes da cirurgia deste fim de semana, Alencar já havia passado por uma internação de 24 dias no Sírio-Libanês em novembro. Nesse período, além de enfrentar sessões de quimioterapia para tentar reduzir os tumores intestinais, Alencar passou por outro problema: um infarto do miocárdio.
Alencar está sendo tratado pela equipe médica coordenada pelos médicos Raul Cutait, Ademar Lopes, Paulo Hoff, Roberto Kalil Filho e Paulo Ayroza Galvão.
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