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Cortejado por vários partidos, inclusive o PMDB, o vice-presidente da República e também ministro da Defesa, José Alencar, optou por se filiar ao recém-criado Partido Municipalista Renovador (PMR). Com registro definitivo já aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a legenda deverá trocar de nome na sua próxima convenção nacional para Partido Republicano (PR). O novo partido é ligado à Igreja Universal.

Alencar marcou para a tarde desta quinta-feira a cerimônia de sua filiação. Será no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte. Antes de embarcar para Minas Gerais, o vice-presidente pretende ter uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem já comunicou sua decisão. Logo após a cerimônia de filiação, ele deverá dar uma entrevista coletiva.

O senador Marcelo Crivella (RJ), bispo da Universal e que, assim como Alencar, deixou o PL, vai seguir os mesmos passos do vice-presidente e se filiar ao PMR. Assessores de Alencar informam que ele ainda não decidiu seu destino político no próximo ano, mas ressaltam que uma legenda "zero quilômetro" abre uma ampla avenida para que possa escolher seu caminho.

Alencar saiu do PL no início de setembro. Na ocasião, ele alegou que deixava a legenda por causa da crise política e que se sentia "contrariado e desconfortável" diante das denúncias envolvendo políticos do PL e de outros partidos. A gota d'água foi a proposta que nasceu dentro do PL de rediscutir o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele argumentou que não poderia concordar com isso.

- Essa situação, essa grave crise política nacional, tem me trazido grande contrariedade e desconforto. Estou realmente passado com essa situação que está ai. Sempre tive a minha consciência de que a vida pública é de doação, de sacrifício, onde não há espaço para que ninguém se utilize dela para locupletar-se ou para exercer qualquer atividade ilícita. Isso me aborrece profundamente e essa é a razão principal de minha desfiliação - disse, ao sair de seu gabinete no dia 2 de setembro, data de seu desligamento do PL.

A saída de Alencar foi negociada com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, deputado que renunciou ao mandato para evitar processo de cassação por envolvimento no escândalo do mensalão. Costa Neto revelou outros dois motivos que supostamente contribuíram para a saída de Alencar do PL: a rejeição pelos parlamentares do partido (40 votos a 1) à proposta de fusão com PP e PTB; e a destituição de José Vasconcelos da presidência do PL de Minas Gerais. O próprio Valdemar Costa Neto seria um motivo de desconforto para Alencar, que não estaria feliz com a permanência do ex-deputado na presidência do partido.

Alencar recebeu convites para se filiar a pelo menos cinco partidos, incluindo o PMDB, do qual já fez parte. PFL, PSB, PPS e PDT também disputaram o passe do vice-presidente e já tinham formalizado convite antes mesmo de ele sair do PL.

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