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Mencionado na lista apresentada pela diretora-administrativa da SMP&B, Simone Vasconcelos, como um dos supostos beneficiários dos saques feitos na conta da agência no Banco Rural – teria recebido R$ 2,1 milhões entre 16 de setembro de 2003 e 5 de julho do ano passado – , o deputado José Borba (PMDB-PR) negou com veemência essas informações e reiterou que a bancada do PMDB jamais recebeu qualquer mesada do PT ou do governo.

Respondendo à Gazeta do Povo por e-mail, Borba disse que "as informações prestadas pela senhora Simone não condizem com a verdade", e que inclusive a estava interpelando judicialmente, "para que ela afirme ou negue suas acusações". "Repito que não recebi dinheiro, esses R$ 2,1 milhões. Reafirmo também que nunca houve mensalão no PMDB. Até mesmo o deputado Roberto Jefferson já disse que no PMDB não havia mensalão", assegurou o deputado na mensagem.

Ele ressaltou ainda que a diretora-administrativa da CMP&B tem dito que "acha, mas não tem certeza" da sua participação no caso. "Trazer um membro do PMDB para suspeição atende a diversos interesses, inclusive o de conturbar as investigações", comentou o deputado paranaense.

Sobre sua relação com o publicitário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, Borba contou que o conheceu em 2003, "em encontro casual no Aeroporto de Brasília". "Fomos apresentados pelo Delúbio Soares, que o acompanhava", contou. Ele voltou a afirmar que conversava sobre indicações políticas com Valério: "Por diversas vezes encontrei o senhor Marcos Valério nos corredores do Palácio do Planalto e da Câmara dos Deputados. Sempre falamos de política, inclusive manifestei a ele da dificuldade que o PMDB tinha para indicar quadros do partido para cargos no governo federal". Questionado se cogitava a hipótese de renunciar ao mandato, José Borba foi taxativo: "Não cogito".

Por fim, ao ser lembrado da declaração que deu em entrevista publicada pela Gazeta do Povo no dia 9 de julho, em que se dizia disposto a abrir mão dos sigilos bancário, fiscal e telefônico mesmo antes de ter sido solicitado, Borba respondeu: "Já solicitei as informações, e assim que eu as tenha, irei disponibilizá-las sem a necessidade de qualquer requerimento oficial. Não tenho problemas".

Sem rastroNa versão apresentada por Simone Vasconcelos à Polícia Federal e divulgada ontem, ela disse que o deputado José Borba se recusou a assinar o comprovante de saque no Banco Rural, obrigando-a a ir à agência da instituição no Brasília Shopping para assinar o documento. Ainda segundo Simone, o deputado teria levado o dinheiro em espécie. Para a Polícia Federal, o relato da diretora-administrativa "deixa claro que o deputado do PMDB do Paraná não quis pôr a assinatura no papel para não deixar rastro".

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