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Funcionário incendeia mercado e 35 ficam feridos

Um rapaz de 19 anos ateou fogo no supermercado em que trabalha, na tarde desta quinta-feira (26), na Região Norte de Florianópolis. Segundo as primeiras informações, 35 pessoas ficaram feridas, dez delas em estado grave.

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A polícia de Santa Catarina esclareceu nesta sexta-feira as circunstâncias da morte de Leandro Pacífico de Souza, de 19 anos, responsável pelo incêndio que destruiu um supermercado na Praia dos Ingleses, em Florianópolis. O fogo deixou dois mortos, entre eles o próprio Leandro, e 35 pessoas gravemente feridas.

O funcionário, que iniciou o fogo na área dos produtos inflamáveis da loja, entrou armado no mercado por volta das 14h da quinta-feira, dia de sua folga. Ele estava bastante exaltado. Dizem que teria sido demitido, mas o supermercado nega. Sem falar com ninguém, abriu garrafas de álcool e de querosene e ameaçou clientes antes de iniciar o incêndio.

Colegas de trabalho, seguranças do supermercado e parte dos cerca de 100 clientes que faziam compras tentaram faze-lo mudar de idéia.

A polícia, ao chegar ao local também tentou negociar, pensando que se tratava de um assalto. O rapaz estava nervoso, evitou o diálogo e acendeu o fogo, o que provocou uma explosão. O corpo de Leandro foi encontrado com ferimento a bala na cabeça.

O pai de Leandro, Jorge Renato Costa de Souza, disse que o filho estava "meio aborrecido" com os donos do supermercado porque esperava receber R$ 550 e soube que receberia apenas R$ 380. Ele foi contratado há poucas semanas e esse era o primeiro salário. Os amigos e os colegas de trabalho consideravam Leandro uma pessoa calma.

— Ele nunca demonstrou que seria capaz de uma coisa dessas — disse Ângelo de Brito, 18, ex-colega de escola.

Além de Leandro, morreu o padeiro Renato Manoel da Silva, 33 anos, por asfixia, cujo corpo foi encontrado na madrugada desta sexta entre os escombros. Segundo o Instituto Médico Legal, antes de ter o corpo carbonizado, o atirou contra a própria cabeça. Renato era casado e tinha um filho de oito e outro de cinco anos.

O padeiro teria preferido esperar socorro a pular da janela, como fizeram seus colegas de setor, porque tinha um problema no joelho esquerdo. Segundo o Instituto Médico Legal, ele morreu por asfixia.

Os 35 feridos estão internados em dois hospitais de Florianópolis. Quatro dos feridos correm risco de morrer: Paulo Roberto Reis, 26, André Barasol Penna, 35, Lisandro Oliveira, 30, e Vilson Silva, 24, estavam na UTI com inflamação pulmonar provocada pela fumaça tóxica. Apesar de grave, o quadro clínico das quatro vítimas internadas é estável, afirmou o superintendente de planejamento da Secretaria Estadual de Saúde, Roberto Hess. Os demais sofreram queimaduras leves ou fraturas de perna, braço, bacia e face porque, na tentativa de escapar do fogo, pularam de uma janela do segundo andar, a oito metros de altura.

No andar em que estavam, havia uma porta que dá acesso à escada secundária do estacionamento, mas ela estava fechada com dois cadeados, segundo o Corpo de Bombeiros.

O Supermercado Rosa evitou a imprensa. Limitou-se a divulgar uma nota dizendo que Leandro Pacífico "era uma pessoa calma e bom funcionário". A estrutura da loja ficou completamente destruída, mas não apresenta risco de desabamento, segundo o Corpo de Bombeiros. Todos os produtos do interior do estabelecimento foram inutilizados.

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