• Carregando...

Os três estudantes de classe média que atacaram prostitutas e travestis com fumaça de extintor de incêndio na orla da Barra da Tijuca vão ser indiciados por injúria real e perturbação do trabalho ou sossego alheio. O primeiro crime tem pena prevista de três meses a um ano de detenção. O outro é punido com pagamento de cestas básicas ou trabalho comunitário. Também será investigada a informação de que o extintor teria sido furtado do condomínio onde mora um dos rapazes. Neste caso os jovens responderiam por furto qualificado e a pena prevista é de dois a oito anos de prisão. Com isso, o crime passaria do Juizado Especial Criminal (Jecrim) - por infração de menor potencial ofensivo - para a justiça comum.

- Espero contar com a colaboração dos moradores do condomínio para checar a informação sobre o furto do extintor - disse o delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca).

Os rapazes, dois deles universitários e um menor de idade, todos moradores da região, foram detidos na madrugada de domingo após esvaziaram um extintor de incêndio em cima de prostitutas e travestis que faziam ponto na Avenida Lucio Costa, antiga Sernambetiba. Eles foram flagrados por um engenheiro que passava pelo local e denunciou o fato à polícia.

De acordo com o delegado Pinto, apenas nesta semana foram registrados na delegacia quatro casos envolvendo sete jovens da Barra da Tijuca. Quatro deles estão presos. Os outros três são os estudantes do episódio deste domingo, que foram liberados.

Rapazes disseram que queriam se divertir

Os jovens contaram na 16ª DP (Barra da Tijuca) que queriam se divertir assustando as prostitutas. E disseram não tê-las agredido. Fernando Mattos Roiz Júnior, de 19 anos, estudante de jornalismo na Faculdade Hélio Alonso, em Botafogo, Luciano Filgueiras da Silva Monteiro, de 21, estudante de Engenharia, e um menor de 17 anos disseram que pegaram o extintor de incêndio no prédio onde Fernando mora para fazer uma "molecagem" com as prostitutas. Quando elas se aproximaram do veículo, eles lançaram o pó do extintor de incêndio. Os três disseram que estão arrependidos.

- Nós fizemos uma coisa muito errada e estamos arrependidos. Até pedimos desculpas a elas lá fora ( em frente à delegacia). Mas não agredimos ninguém. Somos bem diferentes daqueles caras que agrediram uma mulher há algum tempo por que acharam que ela era prostituta ( cinco jovens de classe média da Barra espancaram a empregada doméstica Sirlei Dias). A gente está "careta". Não bebemos nada e nem estamos drogados, fizemos foi uma enorme besteira - disse Fernando, que dirigia seu carro, um Fiesta, quando ocorreu o crime.

Já o pai de Fernando teve uma atitude bem diferente. Para ele, os jovens "não fizeram nada demais":

- Eles não fizeram nada demais, tem gente que faz coisa pior. Foi apenas uma brincadeira de crianças. Qualquer um já passou por isso quando adolescente. Não entendo por que os jornalistas estão interessados nessa história - disse o pai, que também se chama Fernando.

As protistutas contaram que os rapazes estavam num carro e pararam para "conversar". Quando elas se aproximaram, eles lançaram o pó do extintor em cima do grupo, que estava num ponto de ônibus na altura do Riviera.

- Eles fizeram essa palhaçada em vários pontos da avenida. Levamos o maior susto. Teve gente que no desespero caiu no chão e acabou se machucando. Isso é um absurdo. Volta e meia somos agredidas com ovos podres e até garrafadas - contou o travesti que se identificou como Carla.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]