
O juiz federal Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, responsável pela Operação Lava Jato, acolheu ontem denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal e mandou abrir ação penal contra o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o lobista Fernando Soares pelas acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
Com a decisão, subiu para 39 o número total de réus em seis ações penais abertas em decorrência da sétima fase da Lava Jato, denominada Juízo Final e deflagrada no dia 14 de novembro. O foco dessa etapa da operação foram os negócios de grandes empreiteiras com a Petrobras.
A abertura de uma ação penal não significa culpa, mas apenas o primeiro passo do processo, durante o qual o juiz ouvirá testemunhas e acusados, que também apresentarão sua defesa.
Na decisão, Moro também tornou réu o empresário Julio Camargo, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas e fraudes em contratos de câmbio. O quarto acusado, o doleiro Alberto Youssef, foi acusado de lavagem de dinheiro. Como Youssef e Camargo fizeram acordos de delação premiada com a força tarefa da Lava Jato, deverão ter suas penas reduzidas, em caso de condenação.
Propina
De acordo com o despacho do juiz, a denúncia encaminhada ao Judiciário pelo Ministério Público Federal descreve contratos fechados pela Petrobras mediante propina.
Segundo depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, era citado como um "operador" do PMDB na companhia.
Ouvido em depoimento na Polícia Federal no mês de novembro, Fernando Soares negou quaisquer irregularidades em suas atividades profissionais e negou ter pago propina a funcionários da Petrobras. Ele também contestou a afirmação de ser "operador" do PMDB na Petrobras o comando do partido também negou tal vínculo.
Em depoimento prestado à CPI da Petrobras, no Congresso Nacional, Nestor Cerveró também negou as acusações.




