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No sábado, dissidentes do PMDB fizeram um ato contra Requião na Boca Maldita, no centro de Curitiba | Comitê Paraná Total/Divulgação
No sábado, dissidentes do PMDB fizeram um ato contra Requião na Boca Maldita, no centro de Curitiba| Foto: Comitê Paraná Total/Divulgação

A Justiça concedeu uma liminar ao senador Roberto Requião (PMDB), candidato ao governo do Paraná, que obriga o diretório estadual do partido a notificar todos os seus integrantes sobre a obrigatoriedade da fidelidade partidária. A decisão foi proferida pelo juiz Austregésilo Trevisan, da 17.ª Vara Cível de Curitiba, no último dia 24, mas só veio a público ontem. Ainda cabe recurso por parte do partido.

De acordo com a ação, logo após a convenção estadual que optou pela candidatura de Requião, a executiva estadual do PMDB elaborou a ata da convenção e decidiu liberar os integrantes que quisessem apoiar coligações concorrentes. A manobra era uma maneira de permitir que peemedebistas ligados ao governador Beto Richa (PSDB) pudessem participar da campanha de reeleição do tucano.

A ação de Requião alerta que a infidelidade partidária, segundo estatuto do PMDB, sujeita o infrator a cancelamento do registro de candidatura e expulsão simultânea do partido. Segundo o advogado do candidato peemedebista, Luiz Fernando Delazari, o objetivo da ação é comunicar ao presidente do diretório estadual que a infidelidade partidária é ilegal. "Se isso persistir, medidas judiciais serão tomadas contra os infiéis", alerta Delazari.

O deputado federal Osmar Serraglio, presidente do diretório estadual do PMDB, diz que a liminar de protesto é apenas um aviso do senador Requião. "A pergunta é: se a própria executiva nacional liberou seus integrantes, por que nós não podemos fazer o mesmo?", indaga Serraglio.

Para o advogado de Re­quião, porém, em outros estados os peemedebistas têm apoiado outras coligações que fazem parte da aliança nacional, mas jamais se ligando a partidos que não estão na chapa, como acontece no Paraná. No estado, os peemedebistas dissidentes apoiam o PSDB, partido que lançou Aécio Neves à Presidência e que concorre contra Dilma Rousseff (PT), cujo vice, Michel Temer, é do PMDB.

Divergências

As divergências que ocorreram durante a convenção do partido, quando uma ala era favorável a se aliar com os tucanos e outra apoiava a candidatura de Requião, permanecem. Tanto que dissidentes do PMDB lançaram no último sábado, na Boca Maldita, no centro de Curitiba, a Frente Ampla Paraná Total. A meta do grupo é apoiar a candidatura de Richa.

Os peemedebistas dissidentes informaram ontem que amanhã um mutirão percorrerá mais de 20 pontos de Curitiba para fazer campanha contra o senador, distribuindo panfletos sobre a Operação Dallas, deflagrada pela Polícia Federal em 2011 e que investigou supostas irregularidades na administração do Porto de Paranaguá no governo de Requião. De acordo com decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, o grupo está liberado para distribuir panfletos sobre o assunto. A Justiça, porém, determinou a apreensão de panfletos dos dissidentes em favor de Richa, porque não continham CNPJ da Frente Ampla Paraná Total, que apoia a reeleição do governador. Uma primeira manifestação dos dissidentes do PMDB contra Requião e a favor de Richa foi realizada no sábado, na Boca Maldita.

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