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investigações

Juiz pede explicações a Dilma e ministro sobre suposta tentativa de interferir na Lava Jato

Magistrado da 1ª Vara Federal de Curitiba destaca que petistas pressionaram pela substituição de José Eduardo Cardozo

Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, e presidente Dilma Rousseff são alvos de ação popular do deputado Fernando Francischini. | Lula Marques/Agência PT
Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, e presidente Dilma Rousseff são alvos de ação popular do deputado Fernando Francischini. (Foto: Lula Marques/Agência PT)

O juiz Augusto César Pansini Gonçalves, na 1ª Vara Federal de Curitiba, decidiu dar prosseguimento a uma ação popular ajuizada pelo deputado federal Fernando Francischini (SD-PR) contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ministro da Justiça Eugênio Aragão.

O pedido tem como objetivo barrar possíveis interferências no governo no trabalho da Polícia Federal (PF). A decisão é do último dia 22 de março.

O parlamentar justificou a ação com a alegação de que o ministro Aragão sugeriu, em entrevista logo depois da sua posse, uma “iminente troca dos agentes e delegados responsáveis pela operação Lava Jato, no caso de haver vazamentos de diálogos gravados com escutas telefônicas”.

A entrevista em questão foi concedida ao jornal Folha de S.Paulo no dia 18 de março. Na ocasião, Aragão declarou: “A primeira atitude que tomo é: cheirou vazamento de investigação por um agente nosso, a equipe será trocada, toda. Cheirou. Eu não preciso ter prova. A PF está sob nossa supervisão. Se eu tiver um cheiro de vazamento, eu troco a equipe. Agora, quero também que, se a equipe disser ‘não fomos nós’, que me traga claros elementos de quem vazou”.

Na decisão, o juiz aponta que autoridades petistas, “especialmente” o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “vinham fazendo seguidas críticas à atuação do antigo Ministro da Justiça, e hoje Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, alegando que ele não ‘controlava’ a atuação da Polícia Federal, intimidações que, aliás, precipitaram a sua saída do Ministério da Justiça”.

Para o magistrado, diante dessa situação, o pronunciamento de Aragão soou “inadequado”, já que poderia sugerir que trocas no comando da PF teriam a finalidade de barrar ações da Lava Jato.

Liminar negada

No processo, Francichini pedia uma medida liminar para que nem o ministro nem a presidente Dilma pudessem promover alterações injustificáveis no comando da PF que atua na Lava Jato.

Na decisão, o magistrado negou a liminar, alegando que a medida não seria de sua competência e que o PPS já havia ajuizado mandado de segurança no mesmo sentido no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Mesmo assim, Gonçalves dá prosseguimento à ação, que está em prazo de citações dos réus – no caso, a presidente Dilma e o ministro Aragão. A precatória de intimação foi expedida nesta quinta-feira (7).

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