Brasília (Folhapress) O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) disse que já garantiu o apoio dos líderes do PSDB e do PFL no Senado para a indicação do seu nome para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do mensalão. A Comissão será instalada na terça-feira. As lideranças dos partidos na Câmara e no Senado têm até as 18 horas de segunda-feira para indicar os 34 integrantes desta nova CPI.
"Os líderes Arthur Virgílio e Agripino Maia já indicaram o apoio ao meu nome. É preciso que o acordo seja feito com as lideranças do Senado porque cabe àquela Casa um dos cargos de comando da CPI. Os senadores abriram mão de indicar o presidente já que a CPI dos Correios é presidida por um senador. Eles apóiam o meu nome e a indicação será feita oficialmente na terça-feira", afirmou Jungmann.
Além de investigar as denúncias de pagamento de mesada a deputados da base aliada em troca de apoio político, a CPI do mensalão também vai centrar o foco nas denúncias de compra de votos no governo Fernando Henrique Cardoso (19952002) para a aprovação da emenda constitucional da reeleição em cargos do Executivo.
Sobre a superposição da investigações entre as CPIs dos Correios e do Mensalão, Jungmann afirmou que este foi um problema criado pelo governo. "Nós sempre quisemos uma única CPI, mais ampla. O governo fez questão de limitar a CPI dos Correios. Nós propusemos nesta semana a unificação dos trabalhos, a criação de uma sub-relatoria na CPI dos Correios, o governo não aceitou. Só nos resta instalar a CPI do Mensalão, que foi uma vitória política da oposição. A sociedade aguarda um resultado."
Além de contar com o apoio do PPS, PFL e PSDB, o nome de Jungmann é apoiado ainda pelo PDT e PV. Como a presidência da CPI, pode ficar nas mãos de um deputado, a relatoria deverá ficar nas mãos de um senador da base aliada. "Espero que haja consenso. Que os nomes sejam definidos por acordo. Se não for assim, iremos para o voto, mas lembrando que na CPI dos Correios o governo ganhou por apenas dois votos de diferença", avaliou Jungmann.
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