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Vaccari repudiou as citações feitas pelos delatores da Lava Jato contra ele. | Sérgio Castro/Estadão Conteúdo
Vaccari repudiou as citações feitas pelos delatores da Lava Jato contra ele.| Foto: Sérgio Castro/Estadão Conteúdo

A Justiça Federal no Paraná abriu ação penal contra o tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque por corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão acata denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que envolve, além de Vaccari e Duque, outros 25 investigados. É o primeiro processo criminal aberto contra o tesoureiro do PT e o ex-diretor da estatal, suposto elo do partido no esquema de corrupção e propinas na petrolífera.

A denúncia da força tarefa da Operação Lava Jato foi apresentada no dia 16. “Temos evidências de que João Vaccari tinha consciência que esses pagamentos eram feitos a títulos de propinas”, afirmou o procurador Deltan Dallagnol, que integra o núcleo do Ministério Público Federal responsável pela Lava Jato. Duque está preso.

A força-tarefa constatou que Vaccari se encontrava com regularidade com Renato Duque “para acertar os valores devidos”. O relato do empresário Eduardo Leite, vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, foi decisivo para o oferecimento da denúncia contra o tesoureiro do PT. “Ele revelou que se encontrou com Vaccari e que este pediu doações oficiais eleitorais a título de propinas.”

Também tiveram peso na acusação contra Vaccari os depoimentos de quatro delatores da Lava Jato: Augusto Mendonça, Pedro Barusco (ex-gerente de Engenharia da Diretoria de Serviços da Petrobras), Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da estatal) e o doleiro Alberto Youssef.

Delator

Barusco, ex-gerente da Petrobras, afirmou que Vaccari costumava apresentar reivindicações de empreiteiras que mantinham contratos com a estatal, incluindo resolução de problemas envolvendo licitações, celebração de aditivos e inclusão na lista de empresas cadastradas na petroleira.

O depoimento foi prestado em 12 de março e anexado aos autos da Lava Jato nesta segunda-feira (23). Barusco já reconheceu ter recebido pelo menos US$ 97 milhões em propinas em contas bancárias abertas em nome de suas empresas offshore no exterior, dinheiro que se comprometeu a devolver à União.

Segundo Barusco, os pedidos de Vaccari eram atendidos “dentro do possível, no limite dos procedimentos e requisitos técnicos da Petrobras”.

Outro lado

Em nota oficial, a Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento do PT, comandada por Vaccari, ressaltou que ele assumiu a posição em fevereiro de 2010 e, portanto, não ocupava o cargo no período mencionado pelos procuradores no processo acatado pela Justiça Federal do Paraná.

Vaccari repudiou as citações feitas pelos delatores a respeito dele. Segundo o comunicado, as doações realizadas por “empresas legalmente estabelecidas” foram efetuadas por meio de depósitos bancários, com toda a “transparência e a devida prestação de contas às autoridades competentes”.

Duque, por meio de seu advogado, Alexandre Lopes, também nega enfaticamente envolvimento com o esquema de propinas na estatal.

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