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Policial com documentos apreendidos na sede da Receita: operação resultou em denúncia à Justiça. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Policial com documentos apreendidos na sede da Receita: operação resultou em denúncia à Justiça.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A 3.ª Vara Criminal de Curitiba determinou o afastamento de suas funções de dois auditores fiscais acusados de participar do esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná. A decisão foi tomada após a Justiça acatar a denúncia do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) contra eles.

Correção

Ao contrário do que foi informado na quinta-feira, Verônica Calado não é esposa do auditor fiscal Jorge de Oliveira Santos. Ela é casada com o filho do auditor, Flávio de Oliveira Santos. Os três foram denunciados pelo Gaeco por montar uma empresa que, supostamente, ajudava empresários a sonegar impostos estaduais, em troca de propina.

PSDB e Richa dizem que vão à Justiça contra declarações de propina na campanha

O PSDB do Paraná, em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (30), informou que o partido e o governador Beto Richa vão ingressar na Justiça com ações para pedir reparação contra as declarações do empresário Adilio Benitez. Em depoimento ao Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o empresário disse ter ouvido do auditor da Receita Estadual Jorge de Oliveira Santos, denunciado à Justiça por pedir propina para não autuar Benitez, que o dinheiro iria para o fundo de campanha da reeleição do governador Beto Richa (PSDB).

“O governador Beto Richa e o PSDB repudiam enfaticamente as declarações do sr. Adilio Benitez, publicadas hoje [30] pelas versões impressa e eletrônica do jornal Gazeta do Povo, sobre suposta utilização de recursos ilícitos na campanha eleitoral de 2014”, diz a nota. “Todas as doações recebidas pela campanha de reeleição do governador Beto Richa foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”, afirma o texto do partido, assinado pelo presidente estadual do PSDB, o deputado Ademar Traiano.

O PSDB ainda informa que Richa e o partido não têm e nunca tiveram qualquer relação com Benitez e com nenhuma das pessoas citadas por ele em depoimento ao Gaeco, braço do Ministério Público Estadual. O partido ainda destaca que no texto que “as doações recebidas pela campanha de reeleição do governador Beto Richa foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

Os auditores Jorge de Oliveira Santos e Valdes Ricanelli trabalhavam em Curitiba e Umuarama, respectivamente. Eles são acusados de praticar crimes de extorsão tributária, corrupção passiva e favorecimento real (auxílio para proveito no crime). Santos e Valdes haviam sido presos em maio na Operação Mercúrio, um desdobramento da Operação Publicano, que investiga o esquema de corrupção na Receita na região de Londrina, no Norte do estado.

A Justiça também determinou o bloqueio de bens dos auditores e a quebra de sigilo de três empresas de um mesmo empresário que não foram fiscalizadas adequadamente pelo auditor Jorge de Oliveira Santos. Na ocasião, Santos chegou a receber uma ordem da chefia para fiscalizar a empresa. Mas, segundo o Gaeco, o auditor recebeu propina para não executar a ação.

Procurada pela reportagem, a advogada de Santos, Louise Mattar Assad, afirmou que ainda não teve acesso às gravações que constam do processo. Ela disse que só vai se pronunciar sobre o caso após fazer essa análise . A reportagem também tentou entrar em contato com advogado de Ricanelli, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

TJ oficializa a designação de juiz exclusivo para a Operação Publicano

O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), desembargador Paulo Vasconcelos, oficializou nesta quinta-feira (30) a determinação para que o juiz titular da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, atue exclusivamente nos processos decorrentes das operações Publicano e Valdemort. A Publicano investiga um esquema de corrupção na Receita Estadual e a Voldemort, a denúncia de fraude na licitação que contratou uma oficina para fazer a manutenção da frota do governo estadual na região de Londrina.

A atuação exclusiva de Nanuncio nas duas investigações era uma reivindicação de diversas entidades de Londrina – que temiam pela prescrição dos casos devido à grande quantidade de ações que tramitam na 3ª Vara (cerca de 6 mil ações).

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