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A juíza Adriana Bertoni Figueira determinou nesta sexta-feira a prisão do estudante de direito Adriano Saddi Lemos Oliveira, de 23 anos, que confessou ter mandado matar a mãe, a empresária do ramo imobiliário Marisa Saddi, de 46 anos. A decisão, no entanto, só poderá ser cumprida depois do período eleitoral, na próxima terça-feira. A lei eleitoral determina que, no período de cinco dias antes das eleições e 48 horas depois delas, qualquer cidadão só pode ser preso em flagrante.

O crime ocorreu na noite de 27 de julho em Vargem Grande Paulista, a 47 quilômetros da capital. Em depoimento à polícia, nesta quinta-feira, Oliveira contou que estava com medo de a mãe gastar o dinheiro da família com um namorado. Adriano foi indiciado por homicídio qualificado. A polícia diz que chegou até o estudante por um acaso, depois de prender o motorista da família, Cristiano Borges Ferreira, por tráfico de droga. A morte foi encomendada ao motorista da família por R$ 40 mil. O dinheiro foi pago com a venda de um carro da família, um Audi, para não levantar suspeita.

- O que impressiona é a frieza e a tranqüilidade com que ele contou o crime. Tudo por causa de dinheiro e ele não precisava disso. Era o próprio rapaz quem administrava os bens da família - afirma o delegado Cosmo Stikovics.

No depoimento, o universitário contou que era administrador dos imóveis da mãe e que, mensalmente, dava de mesada a ela de R$ 15 mil a R$ 60 mil. Para ele, a mãe, separada do marido, gastava muito dinheiro com o namorado e o sustentava financeiramente. A família, de classe alta, havia vendido um imóvel na avenida Vital Brasil, no Butantã, zona oeste, por R$ 15 milhões, para uma instituição de ensino.

- O filho imaginou que a mãe estava dilapidando o patrimônio da família e pediu para o motorista arrumar alguém para matá-la - contou o delegado.

Tentando amenizar sua situação, o estudante de Direito, disse estar arrependido. Primeiro ele afirmou que mandou seqüestrar a mãe e que depois ia decidir se matava ou não.

- Ele é filho único e ninguém da família apareceu para vê-lo até agora - diz Stikovics, acrescentando que o rapaz já tem três advogados de defesa.

Assim como Suzane von Richthofen, que matou os pais Marisia e Manfred, ele foi ao velório e chorou a morte da mãe. Na noite do crime, Adriano, que tinha marcado um jantar com a mãe, sentou no sofá e assistiu a um jogo de futebol. Terminada a partida, ele recebeu ligação da delegacia de Cotia, informando que a mãe havia sofrido acidente. Foi para lá e encontrou o corpo da empresária repleto de tiros.

- Depois, Adriano seguiu com o plano. Foi ao velório, chorou e lamentou a violência. Ele planejou tudo com riqueza de detalhes e requintes de crueldade - afirmou o delegado.

Segundo a polícia, o motorista teve a ajuda de outras duas pessoas para matar a mãe de Adriano. Eles teriam ficado escondidos na caçamba de uma picape no condomínio onde a mãe morava, em Cotia, para depois seqüestrá-la e levá-la para um matagal.

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