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O juiz federal Sérgio Fernando Moro autorizou a tomada de depoimentos em cinco países de sete testemunhas para esclarecer o esquema de lavagem de dinheiro investigado pela "Operação Lava-Jato", que movimentou cerca de R$ 10 bilhões e apontou desvios de recursos na Petrobras. Os depoimentos no exterior foram pedidos pela defesa de João Procópio de Almeida Prado, apontado nas investigações como operador financeiro do doleiro Alberto Youssef no exterior.

A Suíça já bloqueou US$ 5 milhões atribuídos ao doleiro e cujas contas eram administradas por Almeida Prado. Youssef está preso em Curitiba e já fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, mas ainda não homologado pela Justiça Federal. Serão intimadas para depor sete testemunhas: duas na Suíça, duas em Cingapura, uma no Panamá, uma em Londres e uma em Hong Kong.

Os depoentes são funcionários de bancos e pessoas apontadas nas investigações da Lava Jato que teriam aberto empresas no exterior ou facilitado operações bancárias para o grupo do doleiro Alberto Youssef, preso por supostamente chefiar o esquema.

Todas as testemunhas foram arroladas por Almeida Prado e fontes da Justiça do Paraná não acreditam que eles revelerão fatos importantes para o processo. A decisão foi tomada na última quinta-feira e que passou a integrar o processo nesta segunda-feira,

Além de Youssef, a Lava Jato levou à prisão o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que teria operado um esquema de superfaturamento de contratos da estatal por meio de distribuição de propina. Depois de firmar acordo de delação premiada, ele passou a colaborar com as investigações, por meio de depoimentos, e, em troca, obteve o benefício da prisão domiciliar.

Justiça nega à Petrobras acesso a inquérito

O juiz federal Sérgio Moro negou acesso à Petrobras ao inquérito que corre na fase de pré-instrução de futuras ações penais sobre a responsabilidade de empresas e seus representantes e executivos no processo que apurou corrupção, lavagem de dinheiro e propina nas obras da Refinaria Abreu e Lima. O magistrado determinou ainda que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal sejam consultados sobre a solicitação de que o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa - réu da Operação Lava Jato - seja ouvido no âmbito de duas investigações administrativas internas, uma sobre Abreu e Lima, em Pernambuco, e outra sobre as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

"Embora legítimo o interesse da empresa requerente, uma vez que tais inquéritos destinam-se a apurar a possível prática de crimes ocorridos em seu âmbito de atuação, o acesso prematuro pode prejudicar as investigações, já que compromete o necessário sigilo", anota o magistrado, em decisão do dia 30. Nela, Sérgio Moro também informa que só decidirá sobre os questionamentos feitos pela Petrobras à Costa depois que os procuradores e a polícia se pronunciarem. "Embora elogiável a atitude da empresa estatal, há investigações criminais em curso e que envolvem os mesmos fatos, com o que a intervenção prematura de uma investigação administrativa pode eventualmente ser prejudicial", despachou o juiz da Lava Jato. Ele deu prazo de cinco dias para as posições dos órgãos de investigação.

Nos questionários feitos pela Petrobras, Costa é perguntado sobre o ex-presidente José Sérgio Gabrielli, sobre o ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró e sobre contratos específicos, empresas, licitações e valores acordados de antecipação de pagamento.

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