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“Nesses quatro anos tive uma grande perda, que foi a morte da minha mãe. E tive um grande amigo e um grande líder, que é o José Serra, que levarei para o resto da minha carreira.”Gilberto Kassab (DEM),prefeito reeleito em São Paulo | Rubens Cavallari/Folhapress
“Nesses quatro anos tive uma grande perda, que foi a morte da minha mãe. E tive um grande amigo e um grande líder, que é o José Serra, que levarei para o resto da minha carreira.”Gilberto Kassab (DEM),prefeito reeleito em São Paulo| Foto: Rubens Cavallari/Folhapress

São Paulo - O democrata Gilberto Kassab, 48 anos, tornou-se ontem o primeiro prefeito de São Paulo a se reeleger nas urnas. Ele é o 17º prefeito eleito por voto direto na história da cidade e o 50º a ocupar o cargo no período republicano. Kassab obteve 3.790.558 votos (60%) contra 2.452.527 (39%) de Marta.

A vitória do prefeito tem um significado político que ultrapassa o jogo sucessório municipal. Ao derrotar a ex-ministra Marta Suplicy, apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Kassab se projeta como uma das principais lideranças do DEM, reabilita uma legenda sob ameaça nestas eleições – São Paulo é a única capital onde o ex-PFL obteve sucesso – e fortalece uma provável candidatura presidencial do tucano José Serra em 2010.

Se não bastasse o reforço à oposição, a reeleição de Kassab abre uma crise no PT, que, além de estar fora do governo estadual, continuará sem a prefeitura da capital.

O prefeito dedicou ao governador José Serra (PSDB) a vitória nas urnas. Serra, por seu lado, classificou a participação na gestão de Kassab como uma "sociedade". "Fui sócio administrativo de Gilberto Kassab, seja porque comecei o governo, seja porque cooperei com o governador, mas todos os votos foram do Kassab."

Espelho

A vitória de Kassab cumpre a primeira etapa da estratégia traçada pelo DEM para buscar a recuperação nacional do partido. O chamado "Projeto Kassab" transforma o prefeito na figura central e de maior visibilidade da legenda.

Dentro desse processo, ele cumprirá o mandato integralmente até 2012, sem abrir mão da metade final para concorrer ao governo do estado em 2010. E, ao longo desse período de quatro anos, o DEM (ex-PFL) aposta que sua administração será bem avaliada pela população, transformando a gestão num cartão de visitas do partido para ser exibido pelo país afora.

Além disso, Kassab e o DEM passam a ser interlocutores privilegiados nas negociações políticas em torno da sucessão presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.

Petismo

Do lado do PT, a derrota de Marta Suplicy abriu uma crise no partido. Sem conseguir retomar a prefeitura perdida em 2004, a legenda procura culpados para o fracasso nas urnas e já anuncia forte oposição ao prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM), na tentativa de impedir o avanço de Serra rumo à Presidência em 2010.

Ainda atordoados com o desfecho da disputa no maior colégio eleitoral do país, os petistas prometem acertar as contas no encontro do Diretório Nacional, em novembro, mas uma prévia do embate ocorrerá hoje durante reunião da Executiva, em Brasília, quando será feito um balanço do desempenho do PT no segundo turno.

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