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Ângelo Batista (esq): indicado para “acalmar” os animos no PP. Alberto Klaus: empresa é acusada de falsificar documentos | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Ângelo Batista (esq): indicado para “acalmar” os animos no PP. Alberto Klaus: empresa é acusada de falsificar documentos| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O empresário Alberto Klaus renunciou à presidência do PP em Curitiba. Numa carta assinada na última quinta-feira e encaminhada aos dirigentes do partido, Klaus argumenta que sua saída tem como intenção tirar o foco político da investigação feita nos contratos firmados entre a prefeitura de Curitiba e a Construtora Iguatemi – cujos donos são familiares de Klaus.

O mais cotado para assumir a presidência do PP em Curitiba é o ex-vereador Ângelo Batista. Ele confirmou que ontem pela manhã foi questionado pelos deputados federais do PP Nelson Meurer, Ricardo Barros e Dilceu Sperafico se gostaria de assumir o cargo. Diante do convite, o ex-vereador apresentou duas condições: que se fizesse uma consulta ao prefeito Beto Richa (PSDB), já que hoje ele ocupa um cargo na Secretaria Municipal de Esportes; e a anuência dos membros da legenda. "Na mesma hora o Meurer entrou em contato com o prefeito, que disse ver com bons olhos a minha indicação para o cargo", contou. "Deixei claro que assumo para trazer harmonia para o PP. Se houver confronto eu saio", completou.

Batista começou sua carreira política no PDT, mas em 2001 se filiou no PP, aceitando o convite do então prefeito de Curitiba Cassio Taniguchi. Ângelo Batista foi vereador por duas legislaturas e na última eleição não foi reeleito. Desde o inicio de 2009, ele ocupa o cargo de superintendente da Secretaria Municipal de Esportes.

Repercussão

Ricardo Barros, que preside o PP estadual, informou que soube da carta de Klaus pelo colega Nelson Meurer e avaliou como boa a indicação de Batista para a presidência do partido em Curitiba. "A decisão de Klaus foi pessoal. Sempre disse que o PP só tomaria uma decisão após a manifestação do tribunal (de Contas)", disse. O nome de Batista foi indicado por Meurer e agora deve passar pelo crivo do partido. "É um ótimo nome. Não tenho qualquer restrição a ele", contou Barros. Para o deputado estadual Ney Leprevost (PP), Batista "é a pessoa que tem mais condições de pacificar as diversas alas do PP".

Denúncia

A situação de Klaus à frente do PP municipal começou a ser questionada depois da divulgação de um parecer do Tribunal de Contas do estado (TC), que apontava indícios de falsificação de documentos por parte da Iguatemi. A empreiteira é acusada de falsificar documentos para participar de uma licitação pública em 2006. Apesar de não vencer, a construtora dos familiares de Klaus foi subcontratada pela Catedral Construções para executar parte do serviço – o que afronta a Lei de Licitações. Por causa da suspeita do TC, todos os 10 contratos firmados com a prefeitura estão sendo revistos e os quatro que ainda estão em andamento podem ser revogados ainda nesta semana pela procuradoria-geral do município. Os contratos com a administração municipal renderam à Iguatemi cerca de R$ 6,3 milhões.

No início de março, dias após as denúncias, a prefeitura informou que não renovaria o contrato firmado com a Plena Corretora de Seguros – que tem entre os sócios um filho de Klaus. A empresa administrava as apólices de seguro de vida de cerca de 13,5 mil servidores municipais. A prefeitura alegou que a Plena não cumpriu as metas fixadas.

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