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Um dos mais respeitados economistas do mundo, o professor da Universidade de Princeton Paul Krugman acha que o Brasil está muito mais preparado atualmente para enfrentar uma eventual crise global do que estava há 8 anos, quando saiu com seqüelas da crise asiática.

Segundo ele, o perfil da dívida do país está melhor e todos os indícadores se mostram mais fortes, especialmente o superávit em conta corrente.

Apesar de não acreditar em um novo colapso mundial, nas mesmas proporções do ocorrido em 1997, o especialista se mostra preocupado com o super aquecimento do mercado imobiliário dos EUA, a desvalorização do dólar e o atual patamar de preço do petróleo, que deve continuar o mesmo nos próximos dois anos, já que os principais fornecedores mundiais trabalham muito próximos ao limite da capacidade de produção.

Segundo ele, a redução de fluxos de capital para os Estados Unidos é uma ameaça iminente e poderá contaminar alguns países. Ainda assim, o economista não vê razão para pânico:

- Em algum momento, o fluxo de capital para os EUA cairá, mas não acho que isso será tão desastroso para a economia global. O Brasil, por sua vez, tem exportações diferenciadas e não é tão dependente dos Estados Unidos - disse ele, em entrevista exclusiva ao GLOBO ONLINE.

Krugman explica, ainda, que uma eventual recuperação do dólar não será prejudicial para a economia brasileira uma vez que o regime de câmbio do país é flutuante.

Para o economista, o grande desafio do país agora é conseguir crescer a um ritmo mais acelerado. Questionado sobre a crise política, Krugman evitou comentários. No entanto, observou que não razão para que a taxa de juros se mantenha tão alta.

Também em entrevista ao GLOBO ONLINE, outra estrela do 2º Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro, promovido pela BM&F, Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do FMI e professor da Universidade de Harvard, traçou um cenário pior para a economia global. Para ele, nos próximos 10 anos, haverá uma nova crise.

- A tendência é de continuação do crescimento global, na medida em que a produtividade, incentivada pela globalização, se irradia dos Estados Unidos para o restante do mundo industrializado e que o crescimento da China e da Índia direcionam os preços das commodities, ajudando no aumento das exportações dos países produtores. O Brasil deverá se beneficiar deste cenário. Entretanto, lamento prever que teremos ao menos uma crise financeira global, possivelmente com origem nos Estados Unidos ou na China. A maior parte dos países enfrentará esta crise satisfatoriamente, mas aqueles que tiverem falhado na realização de reformas econômicas e que não tiverem controlado suas dívidas ficarão vulneráveis.

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