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"É preciso que os homens bons respeitem as leis más, para que os homens maus respeitem as leis boas."

Sócrates, filósofo ateniense.

Cada paranaense que tem um automóvel receberá nos próximos dias um documento emitido pela American Banknote Company. O papel trará a cobrança do IPVA de 2007. A empresa irá receber R$ 140 mil pelo serviço, que inclui a impressão e o envio do material. Esta não é a primeira vez que a multinacional presta serviços para a Secretaria da Fazenda do Paraná. No ano passado, recebeu R$ 149 mil pelo mesmo trabalho.

Para quem não se lembra, a American Banknote foi a empresa que fez a maior doação de dinheiro para a campanha de Roberto Requião. Foram R$ 500 mil, registrados no TRE. Desde 2003, quando Requião reassumiu o governo, a empresa presta serviços para o Detran. Recebe cerca de R$ 16 milhões por ano para emitir as carteiras de habilitação do estado. Agora, passará por uma nova licitação para continuar com o contrato.

Assim como no caso do Detran, também na história dos envelopes do IPVA a empresa passou por um processo licitatório. Neste caso, uma tomada de preços. Sete fornecedoras se inscreveram e fizeram suas ofertas. A American Banknote apresentou o menor preço e ficou com a conta. Pelo contrato, tem até hoje para produzir todas as cartas e entregá-las nos Correios, de onde é feita a distribuição para todo o estado.

Não há dúvida de que o processo para seleção da empresa foi feito dentro da legalidade. Todas as etapas foram vencidas. Houve pluralidade de interessados. Ganhou quem apresentou o menor preço. Mas sempre fica uma curiosidade. Por que as empresas que costumam ganhar contratos com governos são usualmente as maiores interessadas em doar dinheiro para campanhas políticas? Eis a pergunta que não quer calar.

Radar

Patrimônio 1 – O provável secretário de Estado do Trabalho André Vargas fez a mais modesta declaração de bens entre os deputados federais eleitos pelo Paraná. Disse ao TRE que tinha R$ 80 mil em bens. É o valor de sua caminhonete Ford F-250, de 2001. Não declarou nenhum valor em conta bancária. Depois da campanha, no entanto, o deputado levou à Justiça Eleitoral sua prestação de contas informando que havia colocado R$ 35 mil do próprio bolso.

Patrimônio 2 – Vargas diz que o caso é facilmente explicável. A declaração levada ao TRE era referente aos bens que tinha em 2005. Além disso, fez um empréstimo de seu irmão para fechar as contas. Diz que pode, inclusive, vender a caminhonete para pagar as contas. O governador Roberto Requião, que deve ser o empregador do deputado nos próximos quatro anos, fez diferente. Declarou ao TRE que possuía R$ 250 mil em "moeda nacional". Além de seus outros bens.

Sem constragimento – Sobre a aproximação com Requião no novo mandato, Vargas diz que não há nenhum constrangimento. Afirma que as críticas que fez durante os últimos quatro anos foram construtivas, não pessoais. Fala que Requião é um homem preocupado com o social, mas com um temperamento forte. "Quando eu faço uma autocrítica chego à conclusão de que eu também tenho um temperamento forte", diz.

Urnas – Quem quiser saber mais sobre a segurança de sistemas eletrônicos de votação pode visitar o site youtube.com. Os internautas colocaram lá diversos trechos de um documentário norte-americano intitulado Hacking Democracy. A tradução seria "hackeando a democracia". O filme, feito pela HBO, mostra possíveis falhas e chances de fraudar as máquinas que contam os votos nos EUA.

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