A lama com bauxita que vazou da Mineradora Rio Pomba Cataguases , em Miraí, Minas Gerais, na madrugada da última quarta-feira, no Rio Muriaé, já chegou a Itaperuna. A chuva que cai no noroeste fluminense, no entanto, diluiu a mancha e, segundo a Cedae, ao contrário do que se acreditava até sexta , não será preciso cortar o abastecimento de água na cidade, pois as estações de tratamento voltaram a ter capacidade de captar a água. Itaperuna, com cerca de 100 mil habitantes, é a maior cidade da região. Segundo Wagner Victer, o abastecimento de água também não deve sofrer alterações em Italva e Cardoso Moreira, cidades que também são banhadas pelo Rio Muriaé. Em Campos, município banhado pelo Rio Paraíba do Sul, onde desaguá o Rio Muriaé, o abastecimento também não deve ser interrompido.
Pela manhã, a água do Rio Muriaé em Itaperuna estava dez vezes mais turva do que o normal. O nível do rio baixou e já não há alagamentos na cidade. Ontem, várias ruas ficaram inundadas. Duas mil pessoas tiveram que deixar suas casas. O abastecimento de água aos moradores de Itaperuma está sendo garantido, por enquanto, porque a Cedae aumentou a quantidade de produtos químicos no tratamento.
O presidente da Cedae, Wagner Victer, afirmou neste sábado em entrevista coletiva junto com secretário do Meio Ambiente, Carlos Minc, que a empresa está monitorando a água fornecida ao município a cada 30 minutos. Como medidas preventivas, a Cedae disponibilizou 25 carros-pipa para abastecer a cidade, em caso de falta de água, e firmou uma parceria com a Ambev para a doação de 30 mil garrafinhas de água, que devem ser entregues amanhã em Itaperuna.
Minc vai pedir à Agência Nacional de Águas (ANA) uma ajuda de R$ 3 milhões pra recuperação das sub-bacias dos rios afetados e dos diques de São João da Barra e Campos. Nesta segunda, a Cedae deve entrar com uma ação indenizatória contra os responsáveis pela mineradora Rio Pomba Cataguases e, na terça, o ministério do Meio Ambiente deve entrar com uma ação criminal por danos ambientais contra os contraladores da empresa. Só a Cedae já teria prejuízos de mais de R$ 1 milhão.
Um laudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) confirma que a lama que vazou de barragem não é tóxica. A cheia do Rio Muriaé inundou nesta sexta seis bairros na cidade . Os resíduos do vazamento da mineradora atingiram o Estado do Rio nesta quinta-feira . A primeira cidade do estado a ser atingida pela lama foi Laje do Muriaé, que já sofria com os estragos provocados pelas chuvas na Região Sudeste.



