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A operação Lava Jato completa nesta terça-feira (17) um ano desde a sua deflagração, em 2014. De acordo com o delegado que coordena a força tarefa da Polícia Federal que investiga o caso, Igor Romário de Paula, essa é a maior operação contra a corrupção já realizada pela PF. “Não há dúvida hoje entre todos os envolvidos na investigação que é o maior caso conduzido pela Polícia Federal até hoje e acho que não tem parâmetro com outra investigação já realizada”, disse o delegado.

“Foi um ano de muito trabalho, a gente conseguiu avançar bastante nas investigações. São mais de cem inquéritos instaurados, várias condenações, uma perspectiva de muitas condenações ainda no primeiro semestre e um horizonte enorme de trabalho a ser feito”, avalia o delegado.

Entre os motivos para o sucesso da operação, que já tem 82 réus e 11 condenações, o delegado aponta a investigação integrada entre PF, Ministério Público Federal, Receita Federal e Justiça Federal. “Não teria saído de outra forma. Não adianta que um destes entes tivesse velocidade, estrutura e envolvimento na investigação se os outros não tivessem. Acho que o segredo principal está aí”, avalia.

De acordo com Igor Romário de Paula, outros setores devem ser investigados na operação. “Infelizmente a corrupção está entranhada nestas estatais em setores do poder público de forma assustadora”, afirma. “Muito provavelmente estamos diante de uma forma de negociar com o poder público. Infelizmente é uma forma que vem se repetindo em todos os contratos investigados. Uma vez que essas grandes empresas atuam também em outros setores – setor elétrico, setor de infraestrutura – inevitavelmente isso vai expandir pra outros setores, abrindo um horizonte interminável de investigação”, explica o delegado.

Motivos para o sucesso

O delegado avalia os motivos pelos quais a operação não foi derrubada pelas defesas dos acusados, como geralmente ocorre em casos parecidos. “Essa ação em fases, de forma muito bem calçada, tendo em mente falhas do passado. Onde houve falha a gente teve isso muito bem guardado em mente, para evitar que isso acontecesse agora”, explica. “O trabalho está muito bem feito tecnicamente e dificilmente será derrubado”, avalia.

Igor Romário de Paula também atribui parte do sucesso à publicidade que o caso ganhou. “Essa publicidade da investigação está sendo para nós uma checagem permanente de tudo o que a gente está fazendo”, diz.

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