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No carro, só a bagagem do empresário. Ele estava escondido no porta malas. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
No carro, só a bagagem do empresário. Ele estava escondido no porta malas.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, deixou a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, na manhã desta segunda-feira (30). Acompanhado do advogado, Marlus Arns, Avancini participou de uma audiência com o juiz federal Sérgio Moro para homologar o acordo de delação premiada. Ele cumprirá prisão domiciliar - sob monitoramento, usando uma tornozeleira eletrônica - e terá de pagar multa de R$ 2,5 milhões. Antes da audiência, o advogado estava cauteloso com relação ao resultado do encontro.

Depois do acordo, na Justiça Federal do Paraná, Avancini foi direto para o aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Para evitar a imprensa, Avancini saiu no porta malas do veículo do advogado. De lá, o presidente da Camargo Corrêa foi para São Paulo, cidade em que reside.

Depoimentos

Em seus depoimentos, Avancini falou sobre a existência de esquema de corrupção no setor elétrico.

Avancini disse aos investigadores que a empresa pagou cerca de R$ 100 milhões em propina para obter contratos de obras na usina de Belo Monte. Segundo o executivo, o valor foi dividido entre PT e PMDB, com cada um dos partidos ficando com 1% do valor dos contratos.

A informação, segundo fontes ligadas à negociação da empreiteira com o Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba, foi fundamental para fechar a delação premiada de Avancini. O executivo contou detalhes do esquema que funcionava em Belo Monte, e, só a partir daí, os procuradores aceitaram fazer acordo. Ele falou também sobre as irregularidades em Angra III.

Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa, que saiu da carceragem da Polícia Federal na última terça-feira (24), declarou à força-tarefa da Operação Lava Jato que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pediu em 2010, R$ 10 milhões a título de propina devida à diretoria de Serviços, controlada na época pelo ex-diretor Renato Duque. Em nota, a empresa negou as irregularidades.

Avancini estava na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde novembro do ano passado, quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato. Ele é é acusado de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa.

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