Ao chegar para a solenidade de sanção da lei que transfere a arrecadação do Imposto Territorial Rural (ITR) para os municípios, nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), cobrou resultados da convocação extraordinária do Congresso.
Chinaglia criticou a paralisia dos trabalhos da CPI dos Correios e do Conselho de Ética da Câmara e chegou a citar o presidente do Senado, Renan Calheiros, que justificou a convocação dizendo que a crise não teria férias.
- Estou preocupado que mais uma vez vai haver desgaste por haver convocação e os resultados, ao que tudo indica, ficarão aquém das expectativas criadas no Parlamento.
O deputado também manifestou preocupação com relatório parcial apresentado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PA), relator da CPI dos Correios. Segundo Chinaglia, elementos que eram para ser apenas indícios se transformaram em verdade. O líder destacou ainda que o relatório foi apresentado, começou a ser discutido, mas não chegou a ser votado. Isso, na avaliação do líder, produz insegurança.
- Aquilo que era para ser elemento de indício virou verdade - disse Chinaglia, acrescentando que a conceituação de mansalão está ampla e tudo pode ser nela enquadrado, até a prática de caixa dois.
O líder considerou que, quando se referiu ao mensalão, o deputado cassado Roberto Jefferson referiu-se a bancadas especificas, como a do PP e do PL, e a cifras, como R$ 30 mil.
_ Mensalão e aquilo que ele falou. Senão, qualquer um pode dizer o que quer. Pega-se o invólucro e põe o que quer - disse o líder, que também criticou a relação, feita pelo relatório parcial da CPI, entre troca de partido por parte dos parlamentares e mensalão.
Na avaliação do líder, o relatório precisaria dizer qual deputado mudou de partido e quanto recebeu.
- O relatório está longe de ter a consistência que a sociedade quer e nós também queremos. A CPI corre o risco de virar um palco de disputa política e isso não interessa a ninguém.
O líder acredita que a CPI não terá tempo hábil para investigar cerca de 400 servidores que fizeram movimentação bancária com empresas de Marcos Valério.
- Posso falar da minha experiência em CPI que não essa que está aí. CPI é criada com base em fato determinado e tem uma programação para que, depois de alguns meses, produza elementos de convicção e não apenas hipóteses. Não sei se haverá tempo para investigar tanta gente - disse Arlindo Chinaglia.
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