O líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (SP), pediu nesta terça-feira o afastamento do deputado Ibraim Abi-Ackel (PP-MG) da relatoria da CPI do Mensalão, instalada na semana passada. O senador petista afirmou que o parlamentar mineiro deveria considerar-se impedido por ter recebido R$ 50 mil das empresas de Marcos Valério para a campanha eleitoral de 1998.
A informação foi publicada no jornal "O Globo" desta terça-feira. De acordo com a reportagem, Valério montou esquema de empréstimos - parecido com o que foi utilizado pelo PT - para financiar as campanhas de políticos mineiros. Entre eles, o maior beneficiado seria o senador Eduardo Azeredo (PSDB), candidato à reeleição do governo mineiro.
- Foi utilizado o mesmo tipo de aval, mesmo tipo de empréstimo. Não importa se isso é coisa de sete anos atrás. Corrupção não é pote de iogurte. O que foi feito tem de ser investigado com vigor - disse Mercadante em discurso na tribuna do Senado.
Durante o discurso de Mercadante, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) concordou que o deputado Ibraim Abi-Ackel deveria deixar a relatoria da CPI do Mensalão. O líder do governo pediu a Suplicy que confirmasse que nunca foi informado sobre as operações de empréstimos realizadas pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
- Quero confirmar que, como participante da Executiva Nacional do PT, nunca fui informado sobre essas operações. Sobre o deputado Abi-Ackel, avalio que ele próprio poderá contribuir com a CPI do Mensalão ficando fora da relatoria - disse Suplicy.
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