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O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), defendeu nesta quarta-feira (28) que se "passe a limpo" a Petrobras. "Queremos trabalhar 180 dias para que possamos passar a limpo da maior empresa do Brasil", afirmou o petista, na primeira reunião da CPI mista da Petrobras.

O governista, que é relator da CPI sobre a estatal exclusiva do Senado, defendeu a investigação de supostas irregularidades cometidas na Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Ele mencionou que quer apurar a compra da Repsol, que teria causado um prejuízo de US$ 2,2 bilhões.

Pimentel disse que a CPI do Senado tem convocado todas as pessoas sugeridas pela oposição hoje e que, na terça-feira da próxima semana, vai ouvir o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O ex-dirigente da estatal estava preso até recentemente por envolvimento na Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal.

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse não se preocupar com eventuais investigações sobre o governo FHC. "Não temos problemas em investigar o governo FHC", afirmou. "Todos devem ser investigados, se essa for a decisão do plenário".

Pouco antes, o senador Mário Couto (PSDB-PA), conhecido pelo seu posicionamento inflamado, disse que agora é "impossível" que não se investigue os escândalos que há seis meses atingem a maior estatal brasileira. O tucano disse ter defendido, num pedido ao Ministério Público Federal, o afastamento da atual presidente da Petrobras, Maria das Graça Foster. Ele disse que Graça teria mentido em relação ao fato de o marido ter prestado serviços para a estatal.

Roteiro

Discursando como líder do PSDB no Senado, Aécio Neves (MG), propôs na primeira sessão da CPMI da Petrobras um roteiro de trabalho com a convocação dos ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e do doleiro Alberto Youssef.

O tucano sugeriu também a quebra dos sigilos dos três, do ex-presidente José Sérgio Gabrielli, das empresas MO Consultoria e do laboratório Labogen, além do acesso às investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Em sua apresentação, Aécio também indicou a necessidade de criação de sub-relatorias para investigar a compra da refinaria de Pasadena (EUA), a construção de refinarias e o negócio com a SBM Offshore.

O tucano destacou que os "olhos da nação" se voltam para a CPMI a partir de hoje e lembrou que a PF cita a instalação de uma "organização criminosa" na estatal. "CPI mista não é demanda apenas das oposições", enfatizou. No discurso, o presidenciável disse que os parlamentares definem hoje se efetivamente vão investigar a Petrobras ou não.

Ao final da fala de Aécio, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), anunciou o relator da CPMI, o deputado Marco Maia (PT-RS). Coube ao líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), fazer um apelo para que a CPMI siga funcionando durante o recesso. Ele avisou que o DEM obstruirá a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) se o requerimento de continuidade dos trabalhos no recesso não for votado.

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