• Carregando...
Humberto Costa: senador nega acusações e abre mão de sigilo | Fabio Rodrigues Pozzebom/ ABr
Humberto Costa: senador nega acusações e abre mão de sigilo| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ ABr

Outro lado

Petista diz que abre mão de sigilo e nega ter recebido verba

O senador Humberto Costa informou ontem por meio de nota que coloca seus dados pessoais, inclusive bancários, à disposição para investigação.

"Coloco inteiramente à disposição de todos os órgãos de investigação afetos a esse caso para quaisquer esclarecimentos e antecipadamente, disponibilizo a abertura dos meus sigilos bancários, fiscal e telefônico", informou o líder do PT no Senado, em nota replicada em sua conta no Twitter.

O senador afirma que todas as doações de campanha de senador em 2010 foram legais e declaradas em prestação de contas à Justiça eleitoral, que aprovou as contas.

"Causa espécie o fato de que ao afirmar a existência de tal doação, o sr. Paulo Roberto não apresente qualquer prova, não sabendo dizer a origem do dinheiro, quem fez a doação, de que maneira e quem teria recebido", diz na nota.

Segundo ele, as denúncias envolvendo a Petrobras devem ser feitas "com o cuidado de não macular a honra e a dignidade de pessoas idôneas". O senador diz ainda que espera com "absoluta tranquilidade" o pronunciamento da Procuradoria Geral da República sobre as acusações antes de tomar providências.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em um de seus depoimentos de delação premiada que o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), recebeu R$ 1 milhão do esquema de propinas e corrupção na Petrobras para sua campanha em 2010.

O petista integra uma extensa lista de políticos acusados pelo ex-diretor da Petrobras na delação por meio da qual espera ter sua pena reduzida. Dos depoimentos sigilosos, já vieram à tona outros nomes de supostos beneficiários de dinheiro de propina dos contratos da Petrobras, como o da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, também do PT, o do ex-senador, já morto, Sérgio Guerra, do PSDB, e o do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, que também já morreu.

Gleisi e Campos teriam recebido o dinheiro, por meio de intermediários para campanhas políticas. No caso de Guerra, o pagamento teria sido feito para abafar as investigações de uma CPI sobre a Petrobras instalada no Congresso Nacional em 2009. Gleisi, o PSDB e o PSB negam ter recebido propinas, assim como o líder do PT no Senado.

No caso de Humberto Costa, o ex-diretor da estatal disse que o dinheiro foi solicitado pelo empresário Mário Barbosa Beltrão, amigo de infância do petista e presidente da Associação das Empresas do Estado de Pernambuco (Assimpra). Paulo Roberto Costa disse que o dinheiro saiu da cota de 1% do PP (Partido Progressista), que tinha o controle político da diretoria de Abastecimento da estatal.

Ainda segundo o ex-diretor, outras unidades da companhia foram loteadas para o PT (Serviços) e o PMDB (Internacional). Cada diretoria arrecadava 1% de cada grande contrato. A Diretoria de Serviços, sob o comando político do PT, realizava todas as licitações das demais unidades e, por isso, o partido recebia outros 2% sobre os contratos da estatal, segundo o ex-diretor de Abastecimento.

Paulo Roberto Costa assumiu o cargo em 2004, por indicação pessoal do então deputado José Janene (PP-PR), que integrava a base aliada do Palácio do Planalto na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Janene, que foi réu no processo do mensalão, morreu em 2010. Segundo o delator, o PP decidiu ajudar a candidatura de Humberto Costa, razão pela qual teria cedido parte de sua comissão. Paulo Roberto Costa afirmou ainda que, se não ajudasse, seria demitido.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]