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Agenda

Líderes excluem Renan de decisão sobre votações no Senado

Governo buscará acordo para aprovar indicação de autoridades. Oposição só aceita retomar votações se houver prioridade para fim da sessão secreta

A crise afastou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de uma de suas atividades mais triviais: a organização da agenda de votações em plenário. Como não há, por enquanto, diálogo aberto entre Renan e os principais líderes da oposição, restou à liderança governista convidar os adversários para um entendimento sobre a pauta, travada por cinco medidas provisórias e paralisada desde que o plenário absolveu o presidente da Casa do primeiro processo de cassação, na quarta-feira (12).

A reunião foi articulada pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e está marcada para esta terça-feira (25). Foram convidados os líderes dos partidos aliados do governo e de oposição.

"Nossa posição é conhecida. Primeiro se aprova o fim da sessão secreta, depois nós tratamos do resto. Estas indicações do governo [para cargos em órgãos estatais] não representam problema", disse o líder do Democratas, senador José Agripino (RN).

Na semana passada, o governo, com a ajuda de parlamentares do próprio PT que se ausentaram do plenário, foi constrangido pela falta de maioria simples para aprovar a indicação de Luiz Antônio Pagot para a diretoria-geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit). A indicação de Paulo Lacerda para a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sequer entrou em discussão.

Condição

A oposição, liderada pelo DEM e PSDB (que somados têm 30 dos 81 senadores), impôs a seguinte condição para retomar as votações: analisam-se as medidas provisórias que trancam a pauta, depois se vota o projeto de resolução que termina com as sessões secretas para o julgamento de processos de cassação e, na seqüência, o plenário retoma as indicações do governo. "No meu entendimento, não há qualquer impedimento regimental para a inversão da pauta", disse a secretária-geral da Mesa, Cláudia Lyra.

A oposição ameaça também permanecer obstruindo o funcionamento do plenário caso não sejam votados outros dois projetos polêmicos. O primeiro é a emenda constitucional que termina com o voto secreto na Câmara e no Senado para os processos por quebra de decoro.

O segundo é um projeto de lei que afasta da Mesa Diretora os senadores que respondem processo no Conselho de Ética. Se esta proposta estivesse vigorando, Renan Calheiros não poderia presidir o Senado. "Essa parte é mais difícil", admite Agripino, se referindo apenas a proposta que acaba com o voto secreto.

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