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A denúncia que aponta a suposta sociedade do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o usineiro João Lyra para a compra de duas emissoras de rádio e de um jornal em Alagoas completa nesta segunda-feira (24) 40 dias na gaveta do Conselho de Ética.

A denúncia foi feita pelo próprio João Lyra. Ele acusa Renan de participar da sociedade por meio de um laranja, Tito Uchôa, que supostamente operava em nome do presidente do Senado nas empresas de comunicação.

As informações foram prestadas em Alagoas, durante depoimento do usineiro ao Corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP). Para os opositores de Renan, um depoimento de Lyra no Conselho de Ética poderia dar novo "gás" às investigações. Tuma alega que encontra dificuldades para encontrar e recolher o depoimento de Uchôa.

"Esse problema expõe não só o Renan como todo Senado. É melhor que se tenha um relator com posição conhecida do que ficar sem relator. Essa é a principal missão do Conselho de Ética.", avalia Renato Casagrande (PSB-ES). Estratégia

Mas a oposição encara com naturalidade e até apóia a demora do Conselho de Ética. O líder do Democratas, senador José Agripino (RN), explica que a falta de um nome para relatar a matéria é "benéfica" porque abre caminho para que, em caso de votação do processo de cassação em plenário, a sessão seja aberta.

"A pauta está trancada e nós só retomamos as votações se houver acordo para que este seja o primeiro item. A demora vai terminar sendo benéfica, considerando-se os interesses da opinião pública."

Os líderes partidários se reúnem na terça-feira (25), sem a presença de Renan Calheiros. A oposição fará a seguinte proposta: votam-se cinco medidas provisórias que trancam a pauta e depois o plenário aprova o projeto de resolução que termina com a sessão secreta na análise de processos de cassação.

Na seqüência, a oposição não criaria obstáculos para aprovação dos nomes indicados pelo Palácio do Planalto às direções do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda.

Sem voluntários

Nenhum senador convidado pelo presidente do órgão disciplinar, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), aceitou a tarefa de relatar a representação, apresentada pelo PSDB e Democratas. Os convites estão sendo feitos a parlamentares da base aliada do governo, já que a oposição é representante no processo.

O presidente do Conselho de Ética insistiu durante a semana passada que o relator da segunda denúncia (da acusação de tráfico de influência para facilitar a aquisição de uma fábrica em Alagoas pela cervejaria Schincariol), senador João Pedro (PT-AM), aceitasse a relatoria. O petista, no entanto, recusou a oferta. "Confesso que estou encontrando certa dificuldade. Eles alegam que tem outros compromissos. Espero que até quarta-feira a gente tenha essa luz.", disse Quintanilha.

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