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Os filhos Sílvia (esq) e Paulo (dir) velam o corpo de Rosenmann com a esposa do deputado, Marisley, e o presidente do PMDB, Michel Temer | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Os filhos Sílvia (esq) e Paulo (dir) velam o corpo de Rosenmann com a esposa do deputado, Marisley, e o presidente do PMDB, Michel Temer| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Um homem determinado, com posições firmes, organizado e que viveu intensamente a vida. Essa é a definição de amigos e familiares sobre o deputado federal Max Rosenmann (PMDB), 63 anos, que foi sepultado ontem à tarde no Cemitério Israelita Santa Cândida, em Curitiba. O corpo do parlamentar foi velado no plenário da Assembléia Legislativa e reuniu lideranças políticas como o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), o prefeito Beto Richa (PSDB) e os ex-governadores Alvaro Dias (PSDB), João Elísio Ferraz de Campos e Paulo Pimentel.

Rosenmann morreu sábado, após ficar cinco dias internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Cruz. Depois de sofrer um princípio de acidente vascular cerebral (AVC) na segunda-feira, o deputado foi submetido a uma cirurgia, mas teve complicações.

Pelas mãos do ex-governador João Elísio Ferraz de Campos, Rosenmann estreou na vida pública em 1984. Ao assumir a presidência do extinto Badep, Campos convidou o amigo empresário para ser conselheiro do banco. "Conheço a vida inteira do Max, ele sempre foi muito trabalhador e organizado, tinha boa cabeça para discutir idéias próprias e novas. Era muito conceituado em Brasília", disse.

Mais tarde, o ex-governador José Richa o nomeou como diretor da Casa Civil e depois diretor do extinto Instituto de Previdência do Estado (IPE).

A experiência no governo estimulou o deputado a disputar pela primeira vez a eleição para deputado federal, em 1986. "Ele dedicou metade de sua vida à política. Quando fez essa escolha nos chamou e disse que já tinha se realizado como empresário e queria ser político", contou Paulo Rosenmann, filho do deputado, que integra a equipe de governo de Roberto Requião como diretor do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem). "Perdemos um grande chefe de família, mas o Paraná perde um político dos mais dedicados".

Cumprindo o sexto mandato, o deputado foi o mais votado do Paraná por duas vezes. Para o senador Alvaro Dias (PSDB), a lealdade com os companheiros era uma das suas principais virtudes. "Ele me apoiou em todas as eleições, não importava o partido. Era organizado e dedicado. Quando fui expulso do PSDB ele foi solidário e saiu do partido também e foi para o PMDB", relembra.

A única derrota de Rosenmann foi quando disputou a prefeitura de Curitiba, em 1996.

Para os amigos, Rosenmann elegeu o trabalho como prioridade e acabou descuidando da saúde. "Era lutador sempre, fazia política a moda antiga na base, com vereadores e prefeitos. Ultimamente estava muito realizado como deputado do Mercosul porque sua atuação tinha extrapolado o Paraná, mas era absolutamente rebelde em relação à saúde, não gostava de gastar tempo cuidando dela", lamentou o amigo constituinte, deputado federal Alceni Guerra (DEM).

Dezenas de prefeitos atendidos pelo deputado estiveram presentes no velório. "Ele queria resolver tudo logo, dava resposta rápida, não tinha enrolação", disse o prefeito de Nossa Senhora das Graças, José Roberto Lopes. O município, segundo ele, vai receber neste mês duas emendas incluídas por Rosenmann no Orçamento da União para pavimentação asfáltica.

As 80 emendas de autoria de Rosenmann que foram acatadas na Constituição de 1988 são uma das principais marcas da sua atuação legislativa.

Agora, quem deveria assumir o lugar dele na Câmara é o primeiro suplente Marcelo Almeida (PMDB), mas como ele já está ocupando uma cadeira no lugar do ministro Reinhold Stephanes, a vaga vai ficar com o segundo suplente André Zacharow (PMDB).

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