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Em depoimento na CPI dos Sanguessugas, Jorge Lorenzetti, ex-chefe do Núcleo de Informações e Inteligência da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que nunca conversou com o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), então presidente do PT e coordenador da campanha, sobre as negociações para compra de um dossiê que ligaria políticos do PSDB com o esquema de vendas de ambulâncias superfaturadas, que ficou conhecido como máfia dos sanguessugas.

Lorenzetti afirmou que não negociou diretamente com Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam e acusado de chefiar o esquema, e o tio dele, Paulo Roberto Trevisan. Segundo ele, os contatos eram feitos sempre por intermédio de Expedito Afonso Veloso, Gedimar Passos, Osvaldo Bargas e Hamilton Lacerda. Em depoimento também nesta terça-feira, Valdebran Padilha negou ter negociado o dossiê e disse que sua função era apenas acompanhar a conclusão do negócio. Valdebran disse que eram Expedito e Gedimar que representavam os interessados no dossiê. O depoimento de Gedimar Passos, que seria tomado antes do de Lorenzetti, foi adiado porque o ex-policial alegou problemas de saúde e não compareceu.

Os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE) perguntaram a Lorenzetti se ele não teve curiosidade de pedir aos outros envolvidos no caso informações sobre o dinheiro apreendido. Lorenzetti disse que não e afirmou que só soube do dinheiro no momento em que foi preso.

- É um trauma para mim - declarou.

Lorenzetti também reiterou que negociou com as revistas Época e Istoé a divulgação das informações contidas no dossiê. Ele afirmou ainda que extrapolou suas atribuições ao prometer apoio jurídico aos Vedoin, e que se tratou de uma decisão pessoal.

- Foi um risco meu - disse.

Além disso, negou ter sido expulso do PT. Ele afirmou que pediu sua desfiliação e decidiu sair da campanha.

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