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PMDB oficializou ontem Renan Calheiros como candidato da sigla para a presidência do Senado | Jonas Pereira/Agência Senado
PMDB oficializou ontem Renan Calheiros como candidato da sigla para a presidência do Senado| Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

PT admite que sete membros da bancada não votam em Chinaglia

A coordenação da campanha do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara dos Deputados começou a mapear as possíveis dissidências da bancada do PT na eleição, que ocorre neste domingo.

Segundo o levantamento feito até o momento, pelo menos sete dos 69 deputados petistas que tomam posse no domingo não devem apoiar Chinaglia. A tendência é que votem em Eduardo Cunha, do PMDB, tido como o favorito para vencer a disputa. O voto para eleição do presidente é secreto, e portanto não há como o partido fazer cobranças contra os deputados que votarem contra a orientação da legenda.

De acordo com integrantes da campanha de Chinaglia, as justificativas vão desde desentendimentos pessoais até problemas de correntes internas.

Nomes

Circulam na lista de traições os nomes dos deputados: Gabriel Guimarães (MG), José Airton (CE), Beto Faro (PA), José Mentor (SP), Luiz Sérgio (RJ), Assis Carvalho (PT-PI) e Vander Loubet (MS).

No comando da candidatura petista, há a expectativa de que eles sejam pressionados pela direção do PT a mudar o voto.

A campanha adversária do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) calcula reunir 20 votos de petistas, o que representa quase um terço da bancada.

Apesar de ter dito que se manteria distante da campanha, o Palácio do Planalto entrou de cabeça na disputa pelo comando da Câmara, mobilizando ministros do PT e de outros partidos para turbinar a candidatura de Chinaglia.

Folhapress

Ao lado dos líderes do PDT, DEM, PSDB, PP, PSol, PSB e PPS e de dissidentes do PMDB, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) oficializou ontem sua candidatura à presidência do Senado e disse que disputará contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que quer um quarto mandato no comando da Casa.

Já o PMDB, por sua vez, oficializou ontem o nome de Renan como candidato oficial da legenda na eleição de amanhã. Renan teve 15 votos contra 4 de Luiz Henrique.

O senador catarinense defendeu que é um candidato da Casa e que ele era o único "candidato oficial", numa crítica a Renan. Ele não poupou críticas ao atual presidente e ao grupo que controla o partido. "É que há 45 anos o mesmo grupo se eterniza na direção dessa Casa. São sempre os mesmos relatores. Vamos democratizar essa Casa. E espero que eles [a bancada do PMDB] compreendam essa realidade. Essa oficialização muda os rumos do enredo que estava escrito", alfinetou Luiz Henrique.

Apesar da presença dos líderes dos partidos e dos discursos, não há garantia do apoio total das bancadas. O próprio líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), admitiu que pode não haver unanimidade.

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que a bancada tucana tinha fechado com Luiz Henrique. Mas a grande ausência foi a do senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB.

O futuro líder do PSB, João Capiberibe (AP), disse que o partido via a candidatura com simpatia, mas que a reunião formal será neste sábado.

Durante o lançamento de sua candidatura, Luiz Henrique fez um gesto ao PT dizendo que manteria a prerrogativa dos petistas, donos da segunda maior bancada, de indicar o primeiro vice-presidente da Casa. Disse também que, se eleito, sua primeira ação será pedir uma reunião com a presidente Dilma Rousseff para dizer que não será "subserviente" nem "antagônico" ao governo.

Renan

Agora, com sua candidatura oficializada, Renan Calheiros afirmou que terá mais liberdade para pedir apoio dos outros partidos. O PT está dividido. Apesar da pressão feita pelo Palácio do Planalto para que os petistas votem em Renan, a bancada da sigla ainda não fechou posição – alguns petistas, nos bastidores, admitem ter simpatia pela candidatura de Luiz Henrique.

Quatro ministros se licenciam para assumir mandatos

Quatro ministros do governo Dilma Rousseff (PT) se licenciam neste fim de semana para tomar posse em seus cargos no Congresso Nacional. São três deputados federais e uma senadora que participarão das eleições internas das duas Casas antes de voltarem a seus postos nos ministérios.

Os ministros das Relações Institucionais, Pepe Vargas; do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias; dos Portos, Edinho Araujo; e da Agricultura,Kátia Abreu, se licenciam hoje. Os três primeiros, deputados federais eleitos para a próximo legislatura, tomam posse no domingo, 1.º e participam da votação para a presidência da Câmara. Kátia Abreu faz o mesmo no Senado.

Apesar de ser obrigatório o retorno deles e a permanência por, pelo menos, um dia no Congresso para garantir o mandato parlamentar, o reforço na votação para as mesas diretoras das duas Casas faz parte também da estratégia do governo para manter uma composição que lhe seja minimamente favorável.

Na manhã de ontem, a coordenação política do governo se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada. Fazem parte da coordenação política os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Pepe Vargas.

Chinaglia

O ministro petista Pepe Vargas, responsável pela articulação do governo com o Congresso, já afirmou que irá votar no candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP) "Até criança de jardim de infância sabe que o Edinho vota no Eduardo Cunha e posso dizer, porque não é segredo, que eu e o Patrus vamos votar no Arlindo. É assim. Cada um vai defender o seu partido", disse à reportagem.

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