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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira, em Nova Délhi, na Índia, que não acredita que seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, esteja envolvido com irregularidades investigadas pela Operação Xeque-Mate. Lula, no entanto, elogiou a investigação da Polícia Federal, que, na segunda-feira, deflagrou a operação e prendeu 77 pessoas acusadas de envolvimento em crimes como contrabando de peças para as máquinas de caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas.

- Não acredito que ele tenha envolvimento com qualquer coisa. Agora, como Presidente da República, se a Polícia Federal tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia, paciência. Todos nós estaremos submetidos às investigações que sejam feitas para apurar qualquer delito cometido no Brasil. É preciso fazer a distinção correta e esperar que sejam feitas as investigações. Vamos aguardar - afirmou.

Cumprindo um mandado de busca e apreensão, a PF apreendeu na segunda-feira arquivos de computador na casa de Vavá, em São Bernardo do Campo. O irmão mais velho do presidente foi incluído nas investigações depois que uma escuta telefônica revelou que ele manteve contato com um dos envolvidos na máfia dos caça-níqueis.

Lula soube esta manhã que o irmão estava sendo investigado e disse que ainda não havia conversado com ele.

- Sei poucos detalhes, é recente. As pessoas ainda não foram investigadas, ouvidas. Não estou sabendo de muita coisa. Se a pessoa fala pelo telefone, se há uma escuta para te investigar, e se depois pegam outra pessoa conversando com você, ora, todos estarão suspeitos até que se prove o contrário. Essa e a lógica - disse Lula.

Culpado terá de ser punido

Ainda para o presidente, quem foi culpado terá de ser punido. Lula qualificou o trabalho da PF de extraordinário, mas repetiu diversas vezes que acredita na inocência do irmão.

"O que peço é que a polícia tenha serenidade nas investigações para que a gente não condene inocentes e não venha a absolver culpados."

O presidente também comentou sobre a prisão de Dario Morelli Filho, assessor técnico da Empresa de Saneamento e Água da Prefeitura de Diadema (SP), administrada pelo PT. Informado pela imprensa sobre a prisão, Lula revelou que conhece o assessor.

"Sou padrinho do filho dele. Fui informado de que talvez ele tivesse na lista, mas depois não conversei mais com o Tarso. Se (ele) foi preso, será investigado, interrogado e depois haverá um veredito - disse o presidente."

Segundo informações de petistas da cidade, não confirmadas pelo Palácio do Planalto, Dario trabalharia também como segurança de parentes de Lula.

Operação também agiu no Paraná

A Operação Xeque-Mate da Polícia Federal foi realizada em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais e Distrito Federal.Agentes permanecem duas horas na casa de irmão de Lula

No início da noite desta segunda-feira, o delegado Alexandre Custódio, que comandou a ação, confirmou que um dos mandados de busca e apreensão cumpridos durante o dia referia-se ao irmão do presidente. Ano passado, Vavá foi acusado de fazer lobby para empresas do ABC paulista junto ao Palácio do Planalto.

Segundo um dos filhos de Vavá, Edson Inácio da Silva, os policiais chegaram por volta das 6h, informando que o mandado integrava uma investigação de combate ao uso de máquinas caça-níqueis. Os agentes permaneceram cerca de duas horas na casa, em São Bernardo do Campo. No momento, estavam na casa Genival, a mulher dele e uma filha. Arquivos do computador da casa de Vavá foram apreendidos, mas a polícia não revelou o conteúdo do material nem o grau do suposto envolvimento de Genival com a quadrilha. Segundo Edson, o pai teria sido envolvido por ter conversado por telefone com alguém envolvido com a máfia dos caça-níqueis. Ele nega que a PF tenha levado qualquer documento ou arquivo.

"Eles ficaram por mais de duas horas aqui , umas duas horas e meia ou um pouco mais. Fizeram uma série de perguntas, mas não disseram sobre o que era, na verdade. Vasculharam a casa mas não levaram nada, porque não tinha nada pra levar - disse."

Uma hora depois, por telefone, ele deu outra versão:

- Não era nada que seja importante. Nada que tenha alguma relevância. Eram duas folhas de papel que estavam numa pilha de papel que tem aqui com currículo e essas coisas, que a gente recebe todos os dias. Nada que tenha alguma importância - sustentou.

Para o filho de Vavá, o motivo da busca seria uma conversa telefônica entre o pai e uma pessoa monitorada pela Operação Xeque-Mate.

"Uma conversa parece que era com o Nilton, uma pessoa que é lá do Mato Grosso. O Nilton é conhecido do meu pai há uns dez anos."

Edson levantou ainda uma outra hipótese para a busca e apreensão na casa do pai: a amizade dele com Dario Morelli Filho, um dos 77 presos na Operação Xeque-Mate.

- É o que está preso. Dario Morelli, uma coisa assim. Ele é conhecido nosso, há mais de dez anos, muito mais - disse Edson.

Somente nesta terça o grau do suposto envolvimento do irmão do presidente com a quadrilha será detalhado.Policiais e ex-deputado entre os presos

Somente em Mato Grosso do Sul, 56 suspeitos foram detidos. A PF também prendeu 16 pessoas em São Paulo, duas no Paraná, e três em Rondônia, Mato Grosso e Distrito Federal. Entre os acusados, estão oito policiais civis, três policiais militares, dois tenentes-coronéis. As prisões, determinadas pelo juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS), Dalton Igor Kita Conrado, são temporárias, válidas por cinco dias, podendo ser prorrogadas por mais cinco, caso a Justiça autorize. Ao todo, eram 87 mandados de prisão.

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