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São Paulo (Folhapress) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que a economia brasileira ainda é "muito vulnerável" e que, por isso, o governo não pode "brincar nessa parte".

"A economia brasileira, nós temos que tratá-la com o cuidado que precisa ser tratada, sem a pressa e o ufanismo com que, muitas vezes, alguém quer que a gente trate, porque nós somos, ainda, uma economia muito vulnerável, temos ainda problemas sérios e não podemos brincar nessa parte, para que a gente não tenha um retrocesso. Porque um retrocesso leva anos e anos para a gente recuperar. Não se recupera num dia, levam-se anos e, às vezes, não se recupera", afirmou Lula ao visitar as obras de ampliação da refinaria da Petrobrás (Refap), em Canoas (RS).

De acordo com ele, o Brasil ficou apostando em "mágicos" e por isso o Brasil teve "décadas perdidas" durante os anos 80 e 90.

"Depois nós tivemos a década de 80 a 90, em que também não foi feita muita coisa neste país. Por quê? Porque o Brasil ficou sempre apostando que iria aparecer um mágico e que iríamos tirar um economista do bolso, da cartola, não sei de quê, ou da cartola não sei de onde, e aquele economista iria fazer um plano que salvaria o país", afirmou.

Sem mudanças

Lula também sinalizou que não haverá mudança de rumo na economia brasileira: "Todos, historicamente, que tentaram fazer mágica com a economia brasileira quebraram a cara porque uma coisa é a mágica acadêmica, e outra coisa é praticidade do mercado e da sociedade brasileira, que trabalha com muito mais objetividade e com muito mais concretude".

O presidente também atribuiu parte de suas dificuldades políticas à postura adotada na economia. "E hoje eu posso dizer para vocês. O que incomoda muita gente neste país é que nós não fizemos nenhuma loucura", afirmou.

Participaram do evento os ministros Silas Rondeau (Minas e Energia), Alfredo Nascimento (Transportes) e Tarso Genro (Educação), além do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli.

Campanha

Em outra visita a obras no Rio Grande do Sul – de duplicação da BR-101 –, Lula quebrou o protocolo seguidas vezes, adotando um estilo de campanha eleitoral.

Até a equipe de seguranças da Presidência foi pega de surpresa com as ações, que lembraram seus tempos de candidato. Ontem, por exemplo, Lula tomou o celular de uma pessoa para conversar com quem estava na linha, ajudou um operário a manobrar uma máquina perfuradora e, colocando literalmente seus pés na lama, decidiu escalar um barranco para cumprimentar pessoas que gritavam seu nome.

Nos últimos dias, em meio à turbulência política, o presidente tem buscado apoio em seus seguidores históricos, como sindicalistas, sem-terra, petroleiros e operários.

Tudo numa aparente estratégia montada pelo Planalto para desfocá-lo da enxurrada de denúncias de corrupção.

As viagens pelo país, aliás, estão de novo entre as prioridades de Lula. Nos últimos dois dias, por exemplo, participou de eventos em quatro cidades gaúchas (Bagé, na quarta-feira, e Canoas, Osório e Maquiné, ontem).

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