Mistério
Osmar Dias evita falar sobre qual cargo quer disputar nas eleições
O ex-senador Osmar Dias (PDT), atual vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, também discursou durante o encontro estadual do PT. Pela primeira vez, Dias disse publicamente que irá apoiar Gleisi Hoffmann (PT) na campanha para o governo do estado. O ex-senador não falou com a imprensa e, em seu discurso, manteve o mistério sobre o cargo que pretende disputar nas eleições deste ano. Ele é cotado para as vagas de vice-governador, senador e deputado federal.
Dias foi recebido com gritos de "vice" pela plateia lotada, mas se esquivou dos pedidos do público dizendo que seria "um vice difícil". "Não importa qual será o meu papel nessas eleições, o importante pra mim é apoiar a Gleisi", afirmou. Em seguida, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva insinuou que o convite já está feito e o aliado teria que se decidir. "Você sabe do carinho que nós todos temos por você. Então você vai ter que decidir. E aí a cobra vai fumar", provocou, se direcionando a Dias.
O ex-senador também fez elogios à presidente Dilma Rousseff e criticou a "tucanada" e o governador Beto Richa (PSDB). "Eu não vou nem falar das promessas que ele fez e não cumpriu, se não vou ficar a noite inteira aqui falando e vocês querem ouvir a Gleisi e o Lula", disse, no fim de seu discurso. (AA e CM)
Em claro tom de campanha eleitoral e com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o encontro estadual do PT em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, serviu como um pontapé inicial para a pré-candidatura da senadora Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. No palanque, Lula criticou a imprensa, que teria "preconceito" contra ele e a presidente Dilma Rousseff, e alfinetou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Já no começo, Lula comentou que seria difícil discursar sem antecipar a campanha, já que ainda é proibido pela Legislação eleitoral legalmente, não é possível fazer campanha até o dia 6 de junho. Ele disse que já teve que pagar R$ 40 mil por pedir votos para a presidente Dilma Rousseff e brincou que se continuasse a falar teria que fazer não uma "vaquinha", mas uma "boiada", para pagar nova multa. Já no final do discurso, o ex-presidente cravou o apoio às candidaturas petistas. "Para mim é muito confortante dizer que em outubro deste ano nós teremos uma mulher governadora do Paraná e uma mulher presidenta do Brasil", disse.
O ex-presidente também criticou, sem citar nomes, seu antecessor, FHC. "Este país teve um presidente altamente diplomado que ficou um monte de tempo no governo e não fez uma única universidade. Ele não fez porque já tinha o diploma dele, tinha pós-graduação. Para ele, nem todo mundo precisa ter faculdade", afirmou. Ele também disse que a imprensa teria "preconceito" contra ele e Dilma por promover a ascensão social das classes mais baixas.
Críticas
Já Gleisi aproveitou a ocasião para criticar o governador Beto Richa (PSDB). "O estado não merece o vexame que está passando. O Paraná nunca precisou de operação de crédito para cumprir folha de pagamento e honrar seus compromissos", alfinetou. Em outra declaração endereçada a Richa, ela disse que as universidades estaduais do Paraná "não deveriam ser tratadas como uma despesa aos cofres do estado, mas uma oportunidade".
Boa parte das falas de Lula e de Gleisi foi pautada por discursos de gênero, na associação entre Gleisi e Dilma, duas mulheres nos cargos mais altos da política. Lula afirmou, várias vezes, que Dilma sofre preconceito por ser mulher. Gleisi citou programas do governo federal voltados às mulheres e disse que no Paraná essas políticas serão "aprofundadas".
Além da militância petista, os ex-senadores Osmar Dias (PDT) e Sérgio Souza (PMDB) e o presidente do PCdoB no Paraná, Ricardo Gomyde, além de outras figuras desses três partidos, também compareceram ao evento.
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