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Luiz Inácio Lula da Silva chega para encontro com colega Evo Morales na Bolívia, neste sábado (22) | Reuters
Luiz Inácio Lula da Silva chega para encontro com colega Evo Morales na Bolívia, neste sábado (22)| Foto: Reuters

Durante encontro com o colega Evo Morales, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou que seu governo aprovou um decreto que permitirá a Bolívia exportar até US$ 21 milhões em tecidos livre do imposto de importação ao mercado brasileiro. Trata-se do mesmo montante das preferências tarifárias que os Estados Unidos tiraram da Bolívia em dezembro, por causa da falta de colaboração na luta contra as drogas e depois de Morales ter expulsado o embaixador norte-americano, alegando suspeita de conspiração.

Lula fez o anúncio durante uma visita a Morales na região cocaleira de El Chapare, no lado oriental da Bolívia. "São as preferências perdidas com os EUA", disse Lula, durante um discurso feito no estádio da pequena Villa Tunari para mais ou menos 30 mil camponeses, a maioria cultivadores de coca. "O Brasil entende que não se pode desenvolver ignorando seus vizinhos", acrescentou.

"Saúdo os que nos concedem mercados para nossos têxteis sem nenhuma condição. Os Estados Unidos sempre condicionaram sua ajuda à luta contra as drogas. Isso acabou", respondeu Morales. O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também cedeu preferências tarifárias à Bolívia em têxteis. Morales encerrou seu discurso com uma provocação aos norte-americanos: "viva a coca, morram os ianques".

Lula chegou a Bolívia para formalizar um empréstimo de US$ 323 milhões (quase de R$ 650 milhões) para a construção de uma estrada que fará parte de um corredor que vai ligar o oceano Atlântico ao Pacífico. Lula, que vestiu um poncho indígena, disse que agora na região "teremos uma geração de governantes com a convicção de que a única solução para nossos problemas é a integração e o estabelecimento de boas relações entre nós".

Antes dos discursos dos presidentes, os chanceleres David Choquehuanca, da Bolívia, e Celso Amorim, de Brasil, firmaram um memorando de entendimento que permite ao Brasil se unir a um comitê científico boliviano para a futura exploração do lítio no país, onde estão as maiores reservas do mundo deste recurso considerado "estratégico". O lítio é o mais leve de todos os metais e é usado atualmente em baterias de celulares, iPod, computadores portáteis e, no futuro, em milhares de automóveis elétricos e híbridos, que vão utilizar energia mais limpa que a dos combustíveis fósseis. O Brasil tem interesse em explorar esses recursos. Os dois presidentes também decidiram reforçar seus acordos para a luta contra as drogas.

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