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Brasília (AG/Folhapress) – De olho nas eleições de 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, em reunião ontem com 67 dos 83 deputados da bancada do PT, no Palácio do Planalto, maior empenho na defesa e divulgação dos projetos do governo. O presidente quer que os deputados comparem os resultados dos três anos de seu governo com os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso. Segundo o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), em três anos de governo Lula o crescimento da economia foi duas vezes maior do que no governo passado e a geração de empregos é doze vezes maior, passando de uma média mensal de 8 mil empregos para 104 mil. "Se a economia continuar crescendo ou ampliar esse crescimento, isso terá impacto positivo na disputa eleitoral do ano que vem, mas estamos olhando o que temos de fazer nos próximos doze meses e o resultado do embate eleitoral vai ser uma conseqüência da qualidade maior ou menor do governo", disse Fontana.

O presidente afirmou que o Brasil está dando uma lição para o país e o mundo ao manter o governo funcionando apesar de três CPIs estarem em funcionamento no Congresso para apurar denúncias que envolvem ex-integrantes do governo e de seu partido. Lula disse que tem cumprido seu ritual de presidente da República e que continuará viajando para inaugurar obras, avisando que não vai deixar de tirar proveito disso.

Lula disse esperar que a campanha eleitoral de 2006 ocorra normalmente e não cause "nenhum embaraço" ao crescimento do país. Ao ser perguntado se o pior da crise política já passou, Lula respondeu: "Você nunca sabe se é pior, se já passou. Veja, crise é crise. O que estamos dando é uma lição também ao mundo. Qual governo na história desse país funcionou com três CPIs? Estamos funcionando o dia inteiro".

Corrupção

O presidente saiu em defesa dos sete deputados federais do PT que correm o risco de perder o mandato devido à suspeita de envolvimento com o escândalo do mensalão. Lula disse que não considera os "companheiros" "corruptos" nem portadores de "doença contagiosa".

Apesar disso, o presidente reconheceu que o PT cometeu erros no episódio, o principal deles não ter assumido de início a história que hoje é sustentada como verdadeira pelos envolvidos – a de que os recursos provenientes do mensalão foram usados para despesas eleitorais não declaradas à Justiça, o chamado caixa 2. "Vocês não são corruptos. Vocês cometeram erros, mas não de corrupção. Todos vocês são construtores do PT. Eu mesmo já sofri acusações injustas e sofri muito", disse, em frase reproduzida por presentes ao encontro.

O presidente, também segundo o relato de deputados, afirmou que "eles (petistas ameaçados de cassação) são companheiros que não têm nenhuma doença contagiosa que nos impeça de conviver com eles".

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