Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não descarta manter em 2010 as alíquotas reduzidas de impostos que serviram, neste ano, de incentivo à indústria para o combate da crise financeira internacional. O presidente disse ontem que a continuidade dessas políticas vai depender de como a economia vai reagir no ano que vem. O governo reduziu neste ano, por exemplo, impostos para a venda de carros, eletrodomésticos e para a aquisição de material de construção.
Lula disse esperar que a indústria se recupere sem a ajuda do governo. "Espero que não se faça mais nenhuma desoneração por problemas. É muito importante para não cometer exageros de fazer demais nem a imprudência de não fazer", disse. "A gente vai começar a colher o que foi plantado. Mas, se algum setor tiver, por alguma razão, problemas de produtividade, com exportações, obviamente estaremos atentos a tomar medidas para que aquele setor possa se recuperar rapidamente", afirmou.
Segundo o presidente, as reduções de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) podem se tornar definitivas desde que a economia brasileira tenha condições de oferecer isso. "Se o Estado crescer mais, muitas alíquotas podem ficar (como estão)", disse.
Investimentos
O presidente Lula fará um pronunciamento hoje à nação para defender o aumento dos investimentos no país. No ano passado, na mensagem de fim de ano, Lula, em meio ao agravamento da crise financeira, defendeu que os consumidores fossem cautelosos nas suas dívidas, mas que não deixassem de consumir.
No pronunciamento, o presidente fará um balanço da economia e mostrará o que o governo está fazendo para "garantir que 2010 seja um ano melhor do que foram 2009, 2008, 2007. E trabalhar". "O ano que vem eu tenho muito mais trabalho do que eu tive este ano e certamente quem vier depois de mim vai ter de trabalhar muito mais porque o Brasil, depois de mais de 20 anos de paralisia, redescobriu o gosto de trabalhar, de ter obras públicas e investimentos," afirmou.



